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Eu sempre espalhei aos quatro ventos que o motivo de eu ter deixado de ser sócio do INTER foi o zagueiro Paulão. Eu era sócio carteira vermelha desde iniciozinho dos anos 2000. Mas, minha insatisfação com nosso zagueiro de Champions League, nas palavra de Argel Fucks, era tanta que decidi não pagar mais mensalidade alguma enquanto ele estivesse no elenco e jogasse. Resultou que passou dos 12 meses que é o prazo para ser formalmente excluído do quadro de sócios por inadimplência.
Antes de parar de pagar eu fiz um e-mail ao CAS informando a minha decisão, como se fizesse alguma diferença, mas fiz minha parte. Reiterei o motivo quando me ligaram oferecendo condições especiais para regularizar a situação. Mas, apesar de não ser descendente de alemão, sou teimoso. Quando decido algo levo a cabo custe o que custar.
A minha raiva era tanta que já havia avisado minha mulher de que, em caso de encontrar o Paulão onde quer que fosse eu iria partir para cima dele. Nem que eu apanhasse dele e dos seguranças, mas pelo menos um soco bem dado eu iria acertar em alguma de suas sobrancelhas bem delineadas. A gente que veio da vila por vezes está sujeito, pela emoção do momento, a recaídas do tempo que as coisas eram resolvidas por vias mais tradicionais: as de fato.
As vezes a gente não procura a razão, mas apenas externar os sentimos. Hoje eu não tenho mais esse sentimento contra o Paulão. O máximo que eu faria hoje era acenar, dar um leve sorriso e dizer: nos fudeu em 2016, né?
Além do tempo ter arrefecido a animosidade, não diria que o tempo também tenha inocentado o Paulão, mas percebe-se que as circunstâncias que viabilizaram a materialização do monstro Paulão, que saiu de estrela dos dribles e bicicletas para artífice do rebaixamento continuam vivas e materializadas na insistência com o Renè.
Não me interessa suas relações de bastidores, quais ligações sustentam seu nome entre os titulares. Fato é que a imensa maioria da torcida odeia ver o Renè em campo e cada um pode escolher seus motivos. Não ser bom defensivamente, não ser bom em apoiar o ataque, falhas bisonhas a cada jogo. Como na última quinta-feira, que enquanto ele brincava de atacante e caia numa cama-de-gato que ele mesmo fez tomávamos um contra-ataque. Há os que o odeiam desde as falhas contra o Fluminense. Já eu o tenho na conta dos bagres do time desde o gol contra o River Plate enquanto vencíamos em um Momunental de Nuñes apinhado de torcedores argentinos… reveja o lance e me corrijam se não foi uma falha do Renè.
Enfim, ele falou que pode sair no final do ano. Eu quero que ele sai do time hoje e não volte nunca mais. Que seja feliz em outro clube ou fique ainda mais rico no futebol árabe. Isso não me diz respeito. Mas a única coisa que eu quero é não ver mais ele entre os titulares e num futuro próximo sem vestir a camisa do INTER.

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