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Nunca fui muito fã de videogames. Mas, com a meia dúzia de jogos que gostei, deixei muitas horas de vida jogadas fora. Jogos como o Need For Speed e Real Racing 3. Ambos jogados com o tablet em mãos me deram skills pra salvar a minha pele na estrada algumas vezes.

Indo mais ao passado, muito antes disso, eu gostava do FIFA 98. Eu colocava o Batistuta e o Roberto Carlos no ataque e não tinha pra ninguém: eram sempre vitórias elásticas. Placar gordo, mas de mentirinha… eu fazia isso com a Idade do Ricardo Mathias, que hoje fez um gol real, em campeonato importante e em jogo grande. Ha! Senhores! Como é bom ver atacante fazendo coisa de atacante! Hoje valeu! Será que hoje ele é o mais jovem a marcar gols em jogos oficiais ou na Libertadores pelo Inter?

Tudo muito bem! Tudo muito bom…

Vitória é vitória! Mas, não me peçam pra bater palma de olho fechado!

Tem coisas na vida que a gente aprende no boteco:

Cerveja gelada, buc…, digo, mulher quente e vitória na Libertadores não se discute, celebra-se!

Mas…

Se tem uma coisa que também aprendi é que não existe hesitação ou falta de consistência  que dure noventa minutos sem passar pelo VAR da desconfiança.

O Inter foi a Montevidéu e trouxe um 2×0 no bolso. Perfeito! Grande! Maiúsculo!

Sim, três pontos, vice-liderança no grupo, vaga encaminhada.

Mas (quase sempre tem um mas)… MAS, quem só olhar o placar vai achar que foi passeio. Não foi.

A gente é chato? Talvez! É exigente? Com certeza! Contudo, isso apenas acontece por existir uma simbiose no âmago do torcedor colorado entre a crença e a ilusão: acreditamos que a equipe pode entregar mais, ao passo que temos fé no futuro já nos vendo como campeões. E qualquer coisa que aja contrário a isso nos gera dor, desconforto e em última instância… revolta!

Por isso repito que ontem foi um daqueles jogos em que a sorte piscou pra nós e o travessão resolveu trabalhar no expediente uruguaio.

O tal esquema com três volantes — que juraram ser moderno — segue tão engatado quanto um Chevette movido a álcool, no inverno, em subida de lomba.

O Nacional, limitado, jogou de igual pra igual.

E se aquelas batidas no travessão tivessem caído dentro do gol do Anthoni, hoje estava todo mundo pedindo a cabeça do Roger no Mercado Público.

Mas futebol é isso:

Quem não faz, toma. E quem acerta duas, vence.

Ricardo Mathias, o guri, meteu o dele.

Aguirre, no apagar das luzes, foi lá e cravou.

De resto, foi aquele filme de sempre:

Time travado, meio campo que não cria e uma zaga que vive no fio da navalha.

Teve momento que eu senti o gol deles mais próximo do que um boleto vencendo.

Mas aí veio o apito final e, por mais torto que seja o caminho, o que vale é o resultado: três pontos são três pontos. Brinda quem é efetivo. O resto é conversa de bar.

Agora, em se tratando de Libertadores, TUDO é Bahia no Beira-Rio.

Jogo pra garantir a vaga e, quem sabe, convencer de verdade.

Porque vitória magra, com travessão salvando, tem prazo de validade.

Se continuar nessa toada, a gente corre o risco de tomar uma lição de bola no mata-mata.

E aí, meu amigo, nem cerveja gelada vai ajudar a descer o azedume.

Mas até lá…

Vitória é vitória.

E como diria algum filósofo da arquibancada:

“Ganhar fora é ganhar fora. Feio, bonito, de calcanhar ou de canela. Mas, Libertadores não perdoa quem constrói seu castelo sobre as areias de um placar bonito.”

Fecha a conta! E passa a régua!

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