Tempo Técnico
O Gol do Rodrigo Dourado foi magnífico, uma pintura, daquelas coisas que fazem valer a pena assistir aos jogos de futebol. Porém, não o vi ao vivo. Acompanhar na hora não foi o meu caso. Quando a partida começou do mesmo jeito que encerrou 2016 – Danilo Fernandes nos salvando, desisti de gastar qualquer tempo em frente a TV.
Quando vi o atacante do VEC passar por entre dois defensores nossos como se fosse o Ronaldo Fenômeno no auge de sua forma física e técnica desanimei. “Já vi esse filme”, pensei.
Alguns dirão que o time está se entrosando, peças novas, treinador novo… Até mesmo que houve evolução tática comparada com o ano passado… Mas até meu cachorro montaria um time mais competitivo do que aquele que tínhamos que aturar ano passado.
Meu cachorro é ambicioso, tem fetiche em Labradoras… “Cãs” de grande porte de maneira geral. No último sábado ele disparou um “Oi, vem sempre aqui” para uma bela representante dos border collie (que eu chamo, carinhosamente, de o cachorro mais inteligente do mundo). Para os menos assíduos, sou o feliz proprietário de um Lhasa-apso reciclado. Essa raça não atinge mais do que 30 cm de altura de cernelha, resumindo, um nanico.
Porém, quando avista uma dama que tem pelo menos umas 3 vezes a massa corpórea dele, vejo o pequeno descendente de tibetano se agigantar. Ele fica todo exibido. Aplica um 0-0-11 e parte para o ataque. Entretanto, infelizmente, são raras as vezes em que consegue algum êxito, mas ele nunca desiste.
Então, quando me falam que o INTER está se entrosando, que temos de deixar o técnico trabalhar e apenas a torcida não enxerga a evolução a olhos vistos é o mesmo caso do meu cachorro: conheço todo o enredo. Parte num pique disposto, faz pose e alguns gracejos mas, via de regra, retorna ao ponto de partida de peito estufado porém ignorado.
O agravante disso tudo é ainda ter no elenco Paulão, Anderson e seus amigos que ajudaram enfraquecer o time ano passado. Assim, diferente das desventuras amorosas do meu cachorro, não consigo achar graça e fazer piada.
Enquanto não houver troca de nomes de jogadores, reforçando o INTER com a saída de peças amplamente já criticadas, seguiremos na saga de sonhar com o que está além da capacidade técnica do time. Se são tão bons, por que não chovem propostas para tirá-los de um time que está na série B? Se a remuneração está adequada, por qual razão é tão difícil recolocar o inimigo público número 1?
Ficam no ar as perguntas e de respostas até agora apenas palavras vazias.