Sem Camisa
Quando dizem que o maior talento saído do Rio Grande do Sul foi Ronaldinho, tenho de concordar com meus amigos gremistas: Falcão nasceu em Santa Catarina. Além de formosas praias e belas moças aquele chão que nos causa admiração desde sempre foi berço de nosso maior ídolo e, por conseguinte, o mais talentoso e elegante jogador que já atuou em gramados gaúchos, defendendo um clube do sul do sul da América do Sul.
Mas, antes de seguir a prosa, preciso fazer um aviso de utilidade pública! Para melhorar nossa convicência mais alguns colunistas foram ungidos com o poder de Capitão-do-mato. Nisso, criou-se três regrinhas simples:
- Regra número 1: POLÍTICA é assunto PROIBIDO. Se falar em política será BAN imediato;
- Regra número 2: OFENSA PESSOAL é BAN imediato;
- Regra número 3: cumprir a regra número 1 e a regra número 2.
Entende-se como discussão política toda discussão ideológica de qualquer natureza, especialmente a política partidária. Com relação ofensa pessoal, acho que não preciso delinear o que seria. Segue liberado apenas chamar o coleguinha de bobo, feio e dizer que não será mais seu amigo.
Exemplo prático: se alguém disser “o socialismo não funciona!”, é BAN, mesmo eu concordando com ele. Já se disser, “todo político é ladrão!” Segue o jogo… por outro lado, se disser “Trump não é pior do que seria Hilary” é caso para demissão do colunista.
Com relação a ofensa pessoal, não venham justificar que estavam bricando com o coleguinha. A postura de interação é livre pra cada um expressar da forma que achar melhor. Apenas tem de ter cuidado de como escreve porque o outro amiguinho não está vendo a tua linguagem corporal e o histórico prova que nunca acabam bem essas “brincadeiras” (entenda-se falta de coragem pra falar a sério o que pensa). O tom do blog tem de ser respeitoso. Tenham claro que é bem diferente você chegar para um amigo seu e dizer “para de ser burro, seu viado!” de escrever isso na internet que outro vai ler e não sabe-se por que interpretação vai passar (normalmente as piores possíveis).
Caso aconteça alguma infração a essas regras básicas de convicência e nenhum Capitão-do-mato tome a medida devida, qualquer usuário do blog pode chamá-los de mocorongos e deve fazer um print da ocorrência, encaminhano a imagem para o Boss (Schroder_USA) que, por sua vez, passará o caso para análise do conselho de ansiões do BV para fim de julgamento e aplicação da pena, se for o caso.
Certo Senhores, Senhoras, Senhoritas e Crianças presentes?
Agora voltemos a programação normal….
O que eu ia escrevendo é que Falcão é maior e melhor do que qualquer estrela cadente que tentem comparar com ele. Desculpa, mas são muitas qualidades técnicas e pessoais na mesma pessoa – até por isso é muito difícil ver ele dar certo como técnico. Falcão é indiscutível, um craque classudo e clássico. É uma espécie de cola-cola, um opala, uma caloi 10… alguém que tenha alguma memória emcional relacionada a ele como jogador apenas coloca um sorriso no rosto quando se recorda.
Agora me digam quantos de vocês tem uma camisa dele? Quão fácil é conseguir uma camisa de nossa maior estrela? Alguém consegue comprar tranquilamente uma camisa pra ostentar o manto de nosso Baby Ruth, nosso Michael Jordan… nosso Pelé?
Sempre enfrentamos algum problema. O primeiro é não ter, se tem não tem do tamanho, já se existe e tem no tamanho certo o preço é exorbitante. Parece que adoram edições limitadas e peças contadas. Eu não respeito “profissionais” dessa escola de marketing (me perdoem meus colegas administradores), é um lixo. Começa que na maioria dos casos o atendimento é fraco, daí quando o foco não é o cliente e sim apenas tirar o seu dinheiro o negócio já nasce morto. Tem uma máxima em relação a clientes que prega “uma venda mal feita é feita apenas uma vez”.
Olhar o que os dirigentes do clube fazem conosco desanima, por exemplo, a presepada de time reserva na Primeira Liga. Assim, quem tem fé e se anima a pagar um pacote de campeonato pra assistir ao INTER jogar? Além da qualidade do programa ser pífio, pagamos quatro ou cinco vezes quando fazemos isso: pagamos impostos que o governo repassa a RGT pra financiar a transmissão do futebol em canal aberto (1), assinamos com uma operadora de TV em canal fechado (2), pagamos para ter acesso aos jogos do nosso time preferido (3), acabamos inconscientemente dando preferência (sensação de credibilidade sobre marcas vem de onde? Propaganda!) para os produtos que pagam para serem anunciados durante os jogos (4), compramos souvenirs do time, pagamos mensalidades, adquirimos ingressos… (5). Contando não é de acreditar!
Eu havia pensado uma vez que seria muito bonito o clube criar um “hall de ases”. Cada Ás seria um jogador que teve notoriamente uma carreira expressiva no clube, escolhido pelo conselho deliberativo com regras claras, após isso ser aprovado pelo presidente do clube que colocaria o nome para votação pelos sócios. Ao entrar para o seletíssimo Hall de Ases ele teria direito, entre outras honrarias, a ter sempre a disposição para venda uma réplica da sua camisa. Da receita dessas vendas, um percentual da renda seria destinado ao clube, uma fatia do lucro ficaria para ele e de forma perpétua transmitida a seus herdeiros como herança, outro percentual seria doado a instituições de caridade indicada por ele ou por seus herdeiros na falta dele.
Mas se não conseguem nem prender nossa atenção, acho que seguiremos mais algum tempo descamisados.