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“Mi casa, Tu casa”

Deru kui wa utareru” é um conhecido provérbio japonês que pode ser traduzido como “prego que se destaca leva martelada”.

No Japão, assim como em qualquer lugar do mundo, as pessoas que se destacam em alguma coisa acabam sendo as primeiras a serem rejeitadas quando as coisas não vão bem e, via de regra, as últimas a serem reconhecidas quando as glórias acontecem porque, afinal, não era sua obrigação? Elas atraem os olhares, a inveja e centralizam as cobranças.

Assim, atire a primeira pedra quem nunca teve por um instante que seja a vaga ideia de que o melhor para o INTER era o D’Alessandro seguir a vida em outro lugar. Aposto que nem no cenário mais sombrio foi sequer cogitado que a saída dele tornaria mais provável a descida ao reino de Hades que é a série B do campeonato brasileiro.

Sempre infalíveis em nossas ideias, para nós D’Alessandro era o jogador velho, brigão e embromador que não deixava mais o INTER jogar solto e estava longe de seu auge. Tudo isso tem seu fundo de verdade, mas quem cogitou que estaríamos a mercê de Paulão, Alex e seus amigos sem sangue nas veias?

“D’Alessandro não é craque!” cheguei a ler várias vezes em um certo blog de torcedores colorados e, pasmem, por diversas fontes. Afinal, prego que se destaca leva martelada…

Oshite-mo dame-nara hiite mina” é outro proverbio, imagino que é menos conhecido, porém acho mais claro, pois, pode ser entendido como “se empurrar não funcionar, tente puxar”. Sei o que você está pensando… NÃO! Pelo amor de Deus, NÃO confunda com fato novo, demitir técnico em véspera de grenal e coisas do gênero. Nada disso!

Isso seria um aforisma para trocar a abordagem sobre o problema e buscar uma nova forma de ação com as ferramentas que se tem, não por fogo em tudo, jogar fora e colocar estrume em cima como fez várias vezes nosso presidente e a sua SWAT.

Não adianta trocar as peças se a forma de abordar o problema é a mesma e sempre é uma maneira precária. Chega de Celso Roth, Pífferos, SWAT e afins. Precisamos de visão de futuro, estratégia e identidade. Coisas que ficaram perdidas. Parece os jovens ricos paspalhos de nosso time, não todos, mas alguns, que pensam que o fim de tudo é ficar rico, rico… muito rico!

Filhos, o fim de tudo é jogar bola e jogar bem. Ficar rico, ser reconhecido e andar com as mais gatas é a consequência. Não quero atrapalhar o sexo de ninguém, mas se vocês inverterem a ordem de importância das coisas não estarão puxando nem o time, tampouco as suas carreiras… estarão apenas empurrando tudo ladeira abaixo. Brio, raça e coragem é tudo que lhes pedimos.

No aru taka-wa tsume-wo kakusu” é o último Kotowaza (provérbio japonês, em japonês) que separei. Uma das traduções é que “Um FALCÃO hábil esconde suas garras”.

Na maneira de agir dos responsáveis pelo INTER nos últimos anos, nota-se que não havia nenhuma estratégia. Frases foram soltas ao sabor dos ventos e todos sabemos o estrago que algumas delas fizeram. Escorraçou-se um treinador num dia para no outro ir lhe oferecer um contrato. Ofereceu-se jogadores, permanência e até a alma para a Chapecoense num dia, para em outro dizer que não era bem assim – logo depois sumiram quase todos os “bons samaritanos”, mas nós éramos o time que “merecia cair”.

Enfim, as soluções não foram pensadas, planejas e executadas eram regurgitadas e o resultado sabemos qual foi. Na ânsia de parecer melhor do que estava e de encontrar a solução, aliás, de parecer ter a situação sob controle reforçou-se a posição no erro. Foi como se em um jogo de cartas saber que a mão era ruim e, mesmo assim, colocar mais dinheiro para não parecer fraco.

Mais do que voltar para a primeira divisão queremos um renascimento do INTER. Que nosso time favorito volte e retorne ao tamanho que nunca deveria ter deixado de ser: GIGANTE. Porque as últimas gestões e alguns atletas apequenaram o INTER. Que El Capitán consiga trazer de volta o que nos faltou de alma.

 

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