Procrastinação


Eu tenho um pensamento que é endossado pelo Abraham Lincoln. Modéstia pouca, bobagem! Mas é verdade: penso que todos nós estamos preparados para a escassez, mas não temos preparo adequado para a abundância. Já uma frase atribuída ao 16° presidente dos EUA diz que “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”.
Agora olhem para o INTER hoje e digam que estamos errados, tanto o atemporal (Lincoln), quanto o colorado (eu). O que aconteceu com todo o dinheiro que se ganhou de 2002 a 2005? E de 2006 pra cá?
De clube falimentar, quase rebaixado até a redenção para campeão em uma década de títulos que não venceu em 90 anos de existência é uma história. Já de lá até a depressão desse ano é uma parábola explicável por não saber lidar com o sucesso. Parábola, não no sentido de mensagem alegórica, mas na tradução matemática:


Uma parábola precisa de no mínimo três pontos: um inicial, um vértice (ou ápice) e um ponto final. E nesses altos e baixo viemos passando pelos dias. Más escolhas acalentadas por bons momentos. Novas quedas para redenções mais a frente.
Mas, a parte dessa oscilação tão natural e presente na vida de todos, parece que temos uma “burrência” coletiva no INTER. Ano após ano comete-se os mesmo erros e segue-se cometendo as mesmas gafes esperando que sejamos recompensados por uma redenção.
Me lembram um cachorro que eu tinha. Antes do Lhasa-apso reciclado eu tinha um fila. Ele era burro que nem uma porta, mas era um cachorro muito legal. Uma das proezas dele foi em um dia enquanto eu limpava o pátio de casa. Nessa ocasião eu fiz uma pequena fogueira e ele, como não conhecia fogo, foi cheirar as chamas. Vocês devem imaginar o que aconteceu: queimou a ponta do nariz. E, então, furioso, começou a latir para as labaredas. Outra maluquice dele é que tinha um ódio mortal da máquina de cortar grama. Era ligar e por pra funcionar o motor que ele começava a morder enfurecidamente as rodas da máquina. Uma vez mordeu tanto que chegou a machucar a boca e começou a sangrar. Cachorro maluco!
Mas, o que afinal, tem em comum a abundância/escassez, com o Inter e meu finado cachorro com QI abaixo da média? Resposta: atitude e entendimento, percepção das coisas.
O Celso Roth vê as coisas desse jeito mesmo, não teremos ação diferente. Quem consegue perder semifinal de mundial com Damião, Oscar, Giuliano e Andrezinho na melhor fase das suas carreiras e no banco enquanto Wilson Mathias desfilava sua espetacular capacidade futebolística? Quem? Celso Juarez Roth! Quem tira Pato Abbondanzieri depois de ter revertido um pênalti em jogo de Libertadores pra escalar o Renan (que quase entrega na semifinal e na final)? Meu cachorro fila abobado? Não! Roth…
Vocês já devem ter ouvido histórias de gente que ganhou na loteria e acabou sem nada ou ficou em situação pior do que antes de haver ganhado o sorteio. E assim está o INTER montando mais um case de insucesso.

Não souberam lidar com a abundância. Títulos, dinheiro, um dos maiores quadros sociais do mundo! Pra que? Pra vender o Alexandre Pato e contratar o Pinga, ora! Meu deus do céu! Depois o meu cachorro fila é o burro da história.
Por outro lado, ninguém me tira da cabeça que o Celso Roth sempre foi o “bola 1” depois da saída do Argel. Mesmo quando chamaram o Falcão, além de me fazer pagar o Première foi para dar-lhes um respaldo da torcida e trazer o amigo de todas as horas: Celso Juarez Roth. Se é pra contratar um CJR, pelo menos poderiam ter contratado o nosso comentarista do BV, deveria custar menos e entende muito mais de futebol do que o Celso Roth.
O Fernando Carvalho além de ser mestre em reclamar direitos questionáveis está se tornando um mestre em nos fazer virar piada. Além de ter endossado a chapa que apoiou o Luigi com o seu próprio nome – Chapa Fernando Carvalho, ser o pai da ideia de onde nasceu a clássica #POENODVD, de ter nos dado um jogador espetacular e mais outras coisas, coloca o Celso Roth na SWAT.

Cheguei a uma conclusão no meio disso tudo: não adianta nem chamarem o vesgo. Enquanto o Falcão toma vinho com o salário garantido até 2018, o Argel segue trocando de clube a cada seis meses e o Roth afundando o colorado, nosso clube favorito continua jogando pela janela suas receitas. Tudo por conta de convicções: não perder. “O tempo se armou de fato…” (em homenagem ao dia 20 de setembro)
https://www.youtube.com/watch?v=Hz9gj0jcOQY
Não adianta falarmos em fazer coisas diferentes se sempre temos os mesmos desafiantes mexendo as peças do tabuleiro. Convenhamos que de aspirante ao título para candidato ao rebaixamento é um abismo que não existe explicação lógica. Mas, por favor, seu Pífero, SEM fato novo! Dessa vez tenta não cheirar fogo e tomar uma atitude inteligente na gestão do clube.
E pensar que havíamos eleito o Luigi, depois do Asmuz, o pior dirigente do Inter…
Parece que a equipe sempre joga para a próxima partida a responsabilidade. Se empatamos esse jogo, no próximo a gente ganha. Perdemos? Sem problemas, no jogo seguinte nos recuperamos… E assim, ano após anos campeonatos foram jogados fora e agora a possibilidade de rebaixamento bate na porta do clube e seguem jogando a responsabilidade para o próximo jogo, para o juiz, para o gramado…
E nessa procrastinação, enquanto ninguém assumir a responsabilidade pelo que acontece e buscar resultados melhores o caminho será negro. A gente não precisa de heróis ou redenção, o que queremos e cobramos é por trabalho simples e bem feito. Isso é o único jeito de reverter e atingir os objetivos.
Quem vive com medo de perder nunca vai ganhar nada de verdade.
https://www.youtube.com/watch?v=0Sl5-Cl6LOo