Lembre-te de que és humano
Eu sempre tive a curiosidade de como é ter a conta forrada de dinheiro, viver numa bolha e achar que todo mundo me deve o favor de lhe dirigir a palavra, além de acreditar que fazer com algum esforço as minhas obrigações profissionais é uma benção a quem depende de mim e, como tal, devo conceder esporadicamente. Você deve estar se perguntando: mas ele tem curiosidade de ser um cuzão?
A resposta é: não! Mas é como eu penso que vive a maioria dos jogadores de futebol atualmente. Eles descobriram a força do cartel e do motim. Com isso conseguem manipular as massas e fazer com que seus chefes ou acabem cedendo a seus caprichos ou lhes transfira a outro clube. No final, essa última opção, via de regra, acaba sendo a que no final das contas vira a mais vantajosa para todos os envolvidos… exceto aos torcedores.
Vocês não acham isso uma patifaria? Eu, pelo menos, acho isso além disso: acho uma atitude sórdida e mesquinha, de uma vilania ímpar, um mal caratismo capaz de ruborizar o diabo! Eles, “nossos heróis”, em seus condomínios fechados e salários que passam de três dígitos “sofrem”. Reféns de suas atitudes, as grandes estrelas do futebol nacional, se sentem injustiçados quando cobrados por desempenho e resultados. Assim, eles se aquartelam, se amotinam e, em conjunto, administram os seus interesses nem sempre casados com os interesses do seu empregador e, ainda, mais distantes dos interesses dos torcedores do clube.
Nenhum problema nisso de cuidar dos próprios interesses. Todos somos guiados por nossas necessidades e vontades. MAS, tem um dito popular que é lugar comum e pouco aplicado: primeiro a obrigação, depois a diversão.
Muitos não perceber que é por entender coisas simples assim que caras como Fernandão são referência, ídolo e respeitado mesmo pela torcida rival. Já alguns, conforme vão perdendo o vínculo de “chefes de torcida”, tocadores de bumdo e de corneta, vão enfraquecendo a sua imagem e vínculo pelos clubes que passaram.
Futebol é uma bobagem? Sim! Absolutamente… Deveríamos gastar mais energia em coisas que nos agregaram valor e muito menos (praticamente nenhuma) em futebol? Certamente! Mas desconheço outra força capaz de convergir tanta atenção e paixão quanto o futebol. É como uma cachaça que inebria nosso bom senso e prende nossa vontade.
Dito isso, como o caso de largar tal vício é batalha perdida… peço aos amigos que se, no futuro, eu idolatrar algum jogador de futebol me dê um soco bem no meio da cara.
Pachecares (curtinhas a lá Pacheco ao estilo de Mario Quintana):
– Mais uma bola para trás? Um caranguejo de bigode? Teria o Maurício desaprendido a jogar para frente?
– Quem com ferro fere, com ferro será ferido… Será que o Grêmio vai ser rebaixado com o Edenilson?
– Nossos heróis não tem amigos de verdade. Isso é fato! Não tem ninguém que chegue no ouvido deles e sussurre: baixa a bola, campeão! Até os imperadores romanos tinham alguém que soprava “memento mori”. Quem é um jogador de futebol frente a Julio Cesar?
PS: Que o SOL volte logo a estancia de São Pedro! Estejam seguros e fiquem bem!