#ForçaChape
Tragédias são a forma de ser interpelado pela vida. É o momento em que a vida nos mostra que não somos perenes e não temos controle sobre o que pode acontecer no instante seguinte. Nisso, a morte é igualitária, chega a todos sem distinção. Mas, a partida de pessoas de bem nos comove, e assim deve ser… Pois, são esses laços, a perenidade e a humanidade, que nos une nas horas de dor.
Me honra poder ver nessa hora de sofrimento a empatia e solidariedade com a perda de nossos irmãos de Chapecó. A partida iguala a todos, repito, e como escreveu naquele bilhete para seu filho, em síntese, nosso eterno capitão eterno Fernandão: não somos maiores nem menores que ninguém, somos irmãos.
A gente tenta, nas idas e vindas que os nossos pensamentos fazem, encontrar explicações e culpados, como se num passe de mágica ao descobrir o erro causador desse momento horrível fosse possível evitar todo o sofrimento futuro e, quem sabe, corrigir o que foi feito… ilusão de quem sofre. O que foi feito está feito.
Hoje o futebol morreu um pouco. Esses meninos levavam consigo as crianças que fomos. Quando éramos aqueles meninos de pés descalços que sonhavam desfilar por gramados do mundo o sonho de ser um grande jogador e o prazer que tínhamos de brincar com aquele brinquedo.
O futebol, como sempre, irá renascer. Acredito nisso. Mas, hoje, ele está de luto… Tudo porque nossos amigos-irmãos de Chapecó não poderão vir mais brincar com a gente.
Descansem em paz meus irmãos. Me desculpem pelas vezes em que não pude perceber, por estar embriagado na paixão de “mim mesmo”, a riqueza que seria depois do último apito apenas te estender a mão, dar um abraço e sorrir juntos.
Camisas são apenas pedaços de pano e hoje somos todos Chapecoense.