Curriculum Vitae

Imagine você dono de uma grande empresa que tem uma máquina que custa rios de dinheiro para ser operada. Pode gerar uma receita monstruosa, mas, por outro lado, se mal operada pode causar prejuízos fatais. Ou seja, você precisa de um profissional capacitado e está sempre na corda bamba entre a glória máxima e a queda.

Indo um pouco mais adiante, suponha que, no andar dos trabalhos, em certo momento você não vê mais com a mesma confiança o trabalho de seu principal homem, o responsável por fazer a máquina funcionar.

Após alguns desentendimentos você opta por mandar embora esse profissional. O que seus sócios esperam de você? Uma reposição rápida e ao menos digna de manter o nível de produtividade esperado para a sua empresa.

Agora transporte esse cenário para o INTER. Passada mais de uma semana do adeus ao Cabecón e ainda estamos sem técnico contratado. Na realidade não temos nem técnico cogitado com firmeza. O que podemos dizer dos responsáveis por essa palhaçada? Eles estão esperando curriculuns ou olhando perfis do linkeDin? É sério mesmo?

Isso, além de ter custado o valor da multa pela rescisão do contrato é a prova de que os responsáveis tem como única convicção o lado que o vento aponta. Nos custou, além da poupuda multa a perda de premiações por desempenho insuficiente em algumas competições. Isso tudo sem contar as raivas e vergonhas passadas… ainda vamos seguir só aprendendo com as derrotas, chefe? Ou vamos competir pra valer de verdade?

Isso extrapolou qualquer limite de razoabilidade!

A notícia que temos é de que, o clube precisando urgentemente de comando, recém os responsáveis irão entrevistar os potenciais ocupantes do cargo na casamata colorada. Isso é uma piada!

O problema do clube não é capacidade técnica dos jogadores. Também nunca foi o treinador, ao passo que nenhum nome será a solução milagrosa que esperamos. O problema no clube é a falta de comando, a falta de direcionamento e total falta de comprometimento que não está restrita a quem chuta a bola em campo ou distribui os coletes. A questão é mais de cultura corporativa, cultura organizacional… ou como alguns definem bem: DNA perdedor.

O que precisamos pra ontem é de um técnico com o perfil do falecido Mario Sergio. Um cara vitorioso e inteligente,  com bagagem para impor respeito simplesmente pela sua presença. Uma pessoa que não tenha medo de cara feia, na verdade ria delas e ainda saiba falar a língua dos boleiros e entenda de futebol. Um homem que saiba enquadrar tanto repórter folgado quanto jogador desmotivado – aquela época do Super Mario na casamata foram bons tempos para ser colorado. Foi uma das perdas de títulos mais doídas pra mim, o cara e a gente merecia! Mas, voltando a nossos dias atuais, como o saudoso Vesgo não está mais entre nós não vejo um nome sem ressalvas que possa ocupar essa lacuna. o Super Mário faz falta!

Precisamos de um nome forte para juntar os cacos e salvar o resto do ano. Eu sei que a equação Mario+Sergio+2009 dificilmente acontecerá de novo. Porém, espero pelo menos termos condições de beber em paz e uma desculpa perante nossas companheiras para tomar cerveja quase todos os dias enquanto o INTER joga e não nos faça passar raiva/vergonha.

Porém, a direção precisa transformar suas palavras em ações porque apenas com palavras bonitas e boas intenções não se faz a gestão de um clube profissional de futebol. Até agora não entregaram nada do que prometeram. Seria exagero dizer que terminaram na verdade fazendo o contrário?

Gostaria de lembrar a eles que não se consegue nada apenas com palavras vazias, caso se queira realmante ser vitorioso e não apenas minutos de fama. Atitudes efetivas, inteligentes e pele em risco (comprometimento: não se faz omelete sem quebrar ovos) são o que levam a grandes vitórias. Assumir as derrotas e não sumir nos momentos de tensão. Por outro lado, se quiserem ser lembrados como dirigentes que rebaixaram o INTER, como direção fracassada, podem seguir assim, pois os únicos lugares que aceitam apenas boas intensões sem atitudes são o inferno e a mediocridade.