Contravenção
Continuando minha série de delitos envolvendo o INTER eu acabei indo assistir o jogo deste último domingo. Fui com um grupo de torcedores raiz.
Flashback…
Algum lugar no Rio grande do Sul, meados de 2016.
Uma ideia potencializada pela raiva escapa e se transforma em palavras saindo pela minha boca:
– Só volto a pagar mensalidade do INTER quando esse zagueiro de “champion League” for mandado embora. Só fico em dia quando esse Garrincha da defesa, Backenbauer de ébano… For mandado EMBORA!
Dias atuais…
Esse domingo estava um dia lindo, a parte da minha ressaca por conta de algumas doses de cerveja. Céu limpo, temperatura agradável. Logo pela manhã, no alvorecer das 9h, eu aceito o convite que recebi de um amigo para ir ao jogo do INTER, com uma ressalva: eu havia perdido minha condição de sócio.
– Isso não é problema, deixa comigo! – me disse ele.
Ao encontrar esse meu amigo, ele me dá um ingresso. Havia ficado curioso de saber como ele havia conseguido. Mas, como a cavalo dado e ingresso ganho não se olha os dentes iniciamos nossa jornada ao estádio e pegamos nosso caminho. Fazia três anos que não ia ao Beira-rio. A última vez que fiz isso foi no último jogo da fatídica temporada de 2016. Naquele dia, contra o cruzeiro, foi um dia tenso. Nesse domingo estava tudo diferente. Não tínhamos nada a perder… nem a ganhar. No grupo tínhamos junto conosco criança e seu pai, mulher e jovens. Churrasqueira, caixa de isopor e cerveja gelada também. Um programa de índio bem interessante. Fizemos um churrasco com o Gigantinho e um pedaço do beira-rio como vista.
Enquanto esperávamos chegar a hora do jogo assávamos carne, bebíamos cerveja e conversávamos despreocupadamente. Próximo ao horário do jogo, recolhemos nosso acampamento e fomos pegando o caminho do estádio. Entramos um pouco atrasados. Felizmente! Pois perdemos de ver o gol do Atlético Mineiro.
No primeiro tempo, eu na inferior e o sol na superior cozinhando minha cabeça e o resto do corpo. Parecia que eu estava num daqueles pesadelos em que as coisas ficam desconfortáveis. Essa sensação talvez fosse produzida pela cerveja consumida horas antes? Talvez! Mas acredito que ela se fez presente pelo fato do time parecer estar jogando em câmera lenta.
Antes do intervalo fui comprar uma Pipoca e doses cavalares de água, que virou apenas um copo quando soube do preço. Descobri que não é só o estacionamento que tem preço de open bar. Faltam “las chicas” e uma boa música pelo preço que cobram para consumir itens de alimentação dentro do estádio. Pelo visto algumas coisas não mudaram desde a última vez que eu fui ao estádio: exploram a torcida e o time segue jogando como se fosse amistoso. Até meus companheiros de pelada, no auge de seus anos de matrimônio e responsabilidades civis, tem mais disposição e vigor físico do que alguns jogadores profissionais.
MAS, a boa notícia que eu tenho pra vocês é que eu consegui meu lugar a sombra! Dizem que todo mundo tem o seu ao Sol, mas, nesse domingo, eu peleei pelo meu lugar escondido dele. Pelo menos pude comer minha pipoca, tomar minha água e xingar o Vitor em paz! Fiquei exatamente atrás da goleira do Atlético no segundo tempo. Pude ver todos os ataques do INTER, os gols, o time jogando em câmera lenta…
Ao final, com o gol de “El Patrón”, o jogo acabou com gosto de vitória. Esquecemos todas as infâmias do ano e estamos ansiosos pelos próximos momentos ano que vem. E assim chegou ao fim meu divórcio de três anos com clube. A gente não toma jeito mesmo!