Back In Black
Houve um tempo que nos pensamos invencíveis. Vivemos dias em que cremos que aquele momento máximo, o cume, era a penas o ponto de partida para dias melhores. Ledo engano!
O INTER explica muita coisa na vida, no mundo e até mesmo no universo. Explica porque os casamentos não chegam até que a morte separe… Explica tudo. Pra explicar isso preciso me socorrer no passado.
Éfeso, cidade grega antiga na costa de Jônia, hoje Turquia.
Prólogo
Os Jônios foram uma das quatro tribos que deram origem ao povo grego (Jônios, Eólios, Aqueus e Dórios… Como dira o professor Koteck, de história, em sua “melô do povo grego”). Eles haviam se estabelecido na Ática, depois Halicarnasso e Esmirna. Foram a primeira tribo a se estabelecer no que daria origem a Grécia antiga. São considerados, também, como precursores da filosofia materialista.
Um ano qualquer
Nasce Heráclito de Éfeso, considerado o pai da dialética. Uma de suas percepções mais famosas é a de que “tudo flui”. Seu pensamento que sobrepôs a sua existência é de que nada permanece, “a única constante é que tudo muda”…
“Não entramos duas vezes no mesmo rio. Quando entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos”
Voltando ao presente…
No que o INTER explica o universo? De que a natureza das coisas é estar em constante mudança, como havia percebido o culto grego a 500 anos antes de Cristo. Nem as pessoas nem as coisas são as mesmas, mesmo postas nas mesmas condições. Mas se a natureza das coisas é não se repetir, nem mesmo os momentos se repetem (nem mesmo um pôr-do-sol é igual a outro), porque sempre se buscam velhas soluções a novos problemas… Será que buscam mesmo soluções? Ou seriam escudos morais e parceiros?
Nos cremos invencíveis e eternos! Que jovem no auge de sua forma não se viu assim? Mas homens experientes que se colocam nesse altar apenas potencializam a sua capacidade de cometer burrices. A primeira grande burrice é achar que gostamos deles. Não sem enganem, tolos! Não gostamos de vocês… A bem da verdade não gostamos nem odiamos vocês porque não os conhecemos de verdade, apenas gostamos ou não do que nos fazem sentir e do que vemos refletidos em vocês. Idiotas! Vocês não merecem bandeirões, gritos ou aplausos. Ninguém merece! Apenas celebramos o que vemos, quando enxergamos o nosso melhor em suas ações. Nunca foi por vocês… sempre é por nós!
Não nos importamos a mínima com o que vocês sentem… Desculpem pela franqueza. Apenas nos interessa que sintam o mesmo que sentimos, que sejam o reflexo de nossa vontade de vencer. Não rascunho de desânimo e abatimento pela vida. Isso vemos a toda hora pelas ruas em que andamos. Sempre esperamos que sejam nossos heróis, não repetições pioradas de nossos defeitos mais secretos. Queremos que sejam capazes de fazer o que não podemos… O resto é de vocês.
Nada é para sempre. Nem a juventude, nem a beleza, nem a vitória, tampouco os momentos de glória… Nem mesmo a vida é perene, pois ela é frágil e passageira. Tudo tem seu momento e seu tempo. Falcão, Fernandão, Figueroa, Mario Sérgio… São ídolos, não porque foram bons jogadores e conquistaram títulos. Muitos outros bons jogadores passaram pelo INTER e muitos outros conquistaram títulos usando a camisa do INTERNACIONAL. Ídolos no Beira-rio são, antes de tudo, aqueles que foram grandes homens. O legado desses que passaram pelo clube e deixaram sua marca num legado imaterial: orgulho de dizer que usaram a camisa vermelha. Não foram atletas que jogaram apenas por títulos e dinheiro. Troféus e medalhas enferrujam, jogos são esquecidos… O que fica são os valores que ensinam e transmitem aos demais. Isso torna viva a sua memória e sem tamanho a saudade dos dias que desfilaram pelos gramados em seu auge, defendendo as cores que defendemos… nos colocavam junto em campo, como se todos fossemos parte do time e eles fizessem parte de nossa família. Essa unicidade “jogadores cifrão” nunca vão conseguir entender. Eles ainda acham que as bandeiras são pra eles… Idiotas! Talvez porque falte inteligência, quem sabem entendimento… ou, talvez, lhes falte caráter.
Quem leu até aqui, por favor não me decepcione! Não defendam o indefensável: esse time não mereceu nosso respeito. Não diminuam as conquistas dos adversários, seja que adversário for. Vencer uma final, mesmo que seja contra um combinado dos melhores do mundo ou da federação de adestradores de lhamas bolivianas vale a mesma coisa. Tudo bem que fazer história e fazer estatística nem sempre são a mesma coisa… Mas isso é papo para outro dia.
Lembre-se que estamos de volta. Mas voltamos de preto, em luto pelo clube que quase mataram.
PS: o título desse post surgiu de um devaneio que tive após o mundial de 2010, imaginei que bonito seria um dia voltar a jogar novamente o mundial e logo antes da entrada do time em campo começaria ecoar pelo estádio o Clássico do ACDC “Back in Black”… Nisso entra o clube na sua camisa de corte clássico (gola em V com detalhes brancos na gola e nas mangas) e o tom do vermelho escuro, mas tão escuro que de longe parecia preto.
PS 2:
PS3: