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Abrindo um pouco o leque das metáforas, vou confessar uma coisa: penso o futebol como um jogo de xadrez. Os dois jogos que facilmente chamam minha atenção.

O futebol, assim como o tradicional jogo de tabuleiro, tem a sua estratégia, o posicionamento das peças (jogadores). Porém, sobretudo, o fundamental é que cada jogador tem a sua função básica definida por suas características físicas e também as, digamos, atléticas (aptidões específicas como velocidade, chute, qualidade do passe, aproveitamento de bola parada, etc, etc e etc de novo…).

O que muda o jogo, na grande maioria das vezes, além do bom exercício de cada atleta em sua função de ofício é o ‘surpreendente’ desempenho quando executam o inesperado. Fazem bem o que não é esperado deles. Quando um rápido pensamento faz ele tocar a bola para um lado e mudar todo o cenário do embate: todas as peças tem de se mexer e se reposicionar.

Aquilo que chamo de dinamismo do futebol, que já falei algumas vezes, quando mencionei que o futebol é um esporte dinâmico (oh! que descoberta… como brinquei naquela vez), vou detalhar mais o que passa pela minha cabeça: consiste em que no momento que tu mete o pé na bola ou sampa o ‘jamelão’ nela é o exato momento que tu perde o controle do jogo, ou seja, tu não tem o controle exato e preciso de onde ela vai parar e de como vai se comportar. Tem apenas uma intensão, uma impressão e uma esperança até o desfecho do próximo movimento. Ao passo que, da mesma forma, tu não controla a reação do adversário e de teus companheiros. Esse é o dinamismo que eu me refiro, o de que qualquer movimento pode mudar todo do cenário e exigir novas posturas .

Aí entra o papel do homem que escolhe quem vai jogar.ELE DEVE, como obrigação, conhecer a natureza de suas peças para saber como montar adequadamente o time e prepará-las para dar a melhor reposta em cada momento do jogo. Tanto quando as coisas estão sob controle (não chamar o time adversário para cima do nosso gol, por exemplo) e, mais importante, quando tudo sai do controle do time.

O que acontece quando o time está sem o D`Alessandro? Morre….
O que acontece quando precisamos de alguém que motive? Todos choramos…
O que acontece quando precisamos de uma jogada de desafogo? “CORRE DAMIÃÃÃÃÃOOOO… Segura o Balãããoooo!”
O que acontece quando “ele” inventa uma coisa? Todos sabemos que vai dar merda.

Eu não sei até que ponto isso é causa da armadilha psicológica de estar preso as suas crenças. Ou má fé mesmo, má vontade, interesse em botar a rescisão no bolso ou, até mesmo, conchavo com o adversário para combinar o resultado.

Menos que isso do que falei não é futebol, nem de várzea. É engana bobo. Toca pra cá, toca pra lá… enquanto o tempo passa.

Pelo amor de Deus! Pela Razão! Por quem quer que seja! O esporte não é algo sofisticado, o que funciona bem sempre é o mais simples. Nem precisa chamar o Kasparov ou o Cruyff. Basta, ‘apenas’ um pouco de trabalho além da 1h30min diárias de corridinhas em volta do gramado, que alguns chamam de treino diário, e boa vontade.

VOCÊS SÃO PROFISSIONAIS! VIVEM DISSO! Hajam como homens e não como alguém que a espera da mesadinha da mamãe! Precisamos de objetividade e coisas que vão além de lances encontrados ao acaso durante o jogo. Respeitem a camisa que estão usando, ela representa toda uma torcida e uma história que merecem muito mais do que vem sendo entregue até então a anos.

E sabem o que é mais engraçado de tudo isso? esse texto eu escrevi em 2012…

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