Antiguidade é posto?
Como vocês se sentem depois de perder uma partida para o poderoso Guarany de Bagé, mesmo depois do clube ter feito investimentos milionários e de renome para a temporada de 2024?
Eu sei que é cedo pra cobrar resultados de primeira linha de nossa legião estrangeira, mas esses primeiros jogos já acionam alguns “red flags” em nossa mente de temporadas passadas em que começamos mornos e terminamos vomitados pela boca dos campeonatos que disputamos.
A parte do meu uso indevido de uma passagem bíblica no parágrafo anterior, quando se fala em futebol, o adágio popular que diz que “antiguidade é posto”. MAS, isso é uma grande bobagem! Assim como no meu trabalho eu não gosto do uso de expressões e analogias de origem militar porque, antes de tudo, são contextos completamente diferentes. Além disso, nesse universo tão competitivo que é o futebol profissional de alto rendimento, a antiguidade, por si só, não basta. É preciso inovação, constante aprimoramento e a capacidade de se reinventar, tanto para os jogadores quanto para a própria instituição.
No futebol dos dias atuais (me recuso a usar o termo “futebol moderno”), a importância de manter-se competitivo vai além da paixão dos torcedores; é uma questão de sobrevivência. Manter-se competitivo tras recompensas financeiras que garantem a perenidade do clube. Os jogadores do Internacional devem entender que a busca pela excelência é um processo contínuo. A tecnologia, as metodologias de treinamento, assim como as estratégias, evoluem e aqueles que desejam se destacar devem acompanhar esse ritmo. A juventude em conjunto com a dose adequada de experiência e a energia são aliadas, mas é a constante busca pelo aprimoramento que define os verdadeiros craques e líderes em campo e não o que A ou B conquistaram até o ano passado. Como já falei antes e repito agora: cada nova temporada se inicia do zero absoluto! Não importa o que foi feito e o que se conquistou (ou deixou-se de ganhar) na temporada passada.
A trajetória do Sport Club Internacional é marcada por períodos de glória, mas também por desafios superados com resiliência. A mentalidade vencedora deve ser cultivada no dia a dia, nos treinos e nos bastidores. em nossa história os grandes nomes do clube entenderam que a competitividade não é apenas contra os adversários, mas também contra o próprio tempo e as inevitáveis mudanças no cenário esportivo, no próprio corpo e no time. O legado de um clube não é construído apenas pelos títulos conquistados no passado, mas pela capacidade de se reinventar a cada temporada.
Na era da globalização e das mídias sociais, a visibilidade do Internacional deve ultrapassar as fronteiras físicas. e para isso a reputação do clube é moldada não apenas pelos feitos históricos, mas pela presença constante nas conversas contemporâneas e isso se dá pela conquista de títulos e pelo protagonismo nas competições que participar. Jogadores e dirigentes devem reconhecer que a relevância no cenário futebolístico atual exige mais do que tradição; exige inovação e a capacidade de se adaptar aos novos paradigmas, além de conseguir manter-se focado e motivado independete da dimensão da disputa que esteja participando. Acredito que esse vai ser o divisor de águas para nós nesse ano que mal se inicia e já nos deixa com uma pulga atrás da orelha pelos vícios persistentes nesses últimos anos.
Em suma, no contexto do futebol, antiguidade NÃO é posto se revela como uma verdade e isso deve ser nosso lema. O Sport Club Internacional deve compreender, como instituição, de que o sucesso presente e futuro está intrinsecamente ligado à capacidade de seus jogadores e dirigentes em se manterem competitivos, motivados e em busca incessante pela evolução. O desafio de chegar e manter-se no topo é uma jornada que exige comprometimento, aprendizado constante e a coragem de abandonar métodos ultrapassados ou que não trazem resultados.