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Existem 4 tipos de treinadores (criei a escala agora):  os decompostos ou em processo de decomposição, emergentes, de 1ª linha  e submergentes.

A retrospectiva dos técnicos contratados pelo Inter mostra que depois de Diego Aguirre, pelo seu retrospecto podendo ser considerado um técnico de 1ª linha, tivemos quase todos os outros do tipo Decompostos ou Submergentes (digo “quase” porque o meteórico Falcão não pode ser considerado como tendo sido técnico do Inter, demitido que foi estando apenas por 5 jogos no comando).

Considerando que da classificação os 3 primeiros tipos têm interpretação bem clara, sobra conceituar os “submergentes”. Esses são treinadores que se caracterizam por transitar entre clubes inexpressivos e sem ambições, buscando a sobrevivência econômica entre frequentes contratações e demissões, nessas com “boladas” a receber. Desses ciclos extraem seu sustento e não se afasta a possibilidade de que esse processo tenha o beneplácito – se é que sou claro – de diligentes dirigentes em providenciar que isso ocorra tipo uma mão lava a outra e as duas lavam a bunda.

O “submergente” pela própria natureza de seu ser e por exigência de sobrevivência é desprovido de convicções, mesmo que venha publicamente alardear essa característica. Em outras palavras: não manda nada e é um pau-mandado, pessoa que obedece a tudo incondicionalmente, sem objeções, resistência ou protesto.

O “submergente” é o técnico do chutão, do cruzamento ao acaso para a área sem ninguém ou com apenas um jogador dentro dela, da falta de jogadas ensaiadas, de triangulações; é o técnico da retranca para ter certeza de que irá perder menos, o que frequentemente não ocorre. É o que melhor acata a voz dos “líderes do vestiário” escalando quem esses querem e boicotando os jovens; faz isso para não se indispor pois para ele o importante é a manutenção do seu status quo sem stress.

É aquele que reclama do campo, do tempo, da bola, do adversário (!); é o que mente descaradamente e nos faz de palhaços vendo um jogo que só ele enxerga. É o que escala nabas por propósitos desconhecidos, incertos e não sabidos, mas muito bem sabidos por ele que, sabido como é, atua conforme as conveniências exigem.

É a pessoa que não se aprimora e nem vê necessidade disso pois no seu universo de ação isso tanto fez como tanto faz: ele sabe que é um submergente e nunca sairá dessa categoria, ou ao menos, enquanto existirem times inexpressivos que os contratem. Isso é: nunca! Assim, não vai perder seu precioso tempo com filigranas.

E a bem da verdade que não se diga serem os times vítimas dessas sereias que os seduzem e arrastam para o fundo. Ao contrário: são os times inexpressivos e com práticas de “negócios” pouco transparentes quem os escolhe, garimpando a dedo aqueles que melhor se prestam para os seus propósitos pouco claros.

Observação no quadro acima mostra que o Inter desde 2015 contratou “Submergentes” e um “Decomposto”. Isso não é coincidência e sim política de manter controle sobre o que aparece em campo e sobre o que não se quer mostrar. Por outro lado, a prática de contratar treinadores com essas condições é observada em clubes que em competições não visam nada mais do que figurar  e se possível, ficar na primeira página da tabela.

Exemplo paradigmático desse controle gerencial é Jeffersson (de novo ele). Foi apresentado à torcida saindo de um anonimato para jogar contra o BOA. Apareceu em lugar de Gutierrez, Valdemir e Alex Santana e ficou em campo por longos 45 minutos. Sua entrada foi convicção do treinador “submergente” que por definição não tem convicções? Creio que não pois 1 semana depois do debut Jeffersson, ex-jogador do São Paulo, teve seu vínculo ampliado até 2020, um negocinho de 3 anos que transcende o mandato dos atuais dirigentes. Tirem as conclusões que quiserem sobre esse “negócio” mas me parece que quiseram responder à pergunta que Mauro fez aqui: Quem é Jeffersson, episódios I e II?  E com isso o indiciado deixou de ser um ilustre desconhecido para se tornar um jogador medíocre de um tempo só, mas “conhecido”.

Assim, tornou-se mais do que um simples Jeffersson: é “o” Jeffersson, jogador “de futuro” e digno de contrato até 2010, tudo isso sob os olhos e óculos que não querem ver do treinador “submergente”, dócil e complacente com as ordens emanadas do poder. Não nos surpreendamos se em breve Jeffersson seja emprestado a outro time inexpressivo, com parte ou a totalidade de seus salários pagos pelo Inter, devidamente compartilhado pelos suspeitos de sempre, transação realizada sem muito alarde e que durará 3 anos. A pegunta que Mauro fará não é a que fez (Quem é Jeffersson?) mas sim “Onde anda Jeffersson?”.

Não sei se Jeffersson joga ou irá jogar alguma coisa – se fosse bom não estaria aqui vindo do São Paulo – mas é curioso que esse tipo de situação ocorra. Ela denota uma falta de comprometimento gerencial com o time e resultados. Nós sofremos, brigamos, vamos ao campo (contra o Ceará tinham 38 mil pessoas no estádio!), escrevemos em blogs, lemos o que pessoas escrevem mesmo textos inexpressivos como são os meus (por favor, digam “Não! Não apoiado”), enfim, somos torcedores que perdem a voz e o sono. Dirigentes fazem o que fazem, para o mal e para o pior e esse estado de coisas segue sua senda de impunidades e inconsequências, se é que estou certo na minha percepção.

Nesse momento não sei bem para o que ou quem torço, pois o passado recente, o presente vivente e o futuro impreciso me fazem perder o rumo. Vivo de um passado de glórias que é brilhante mas antigo, de ter sido um “Campeão de tudo” em que alguns triunfos “recentes” remontam ao século passado:

Campeonato Brasileiro: 1979 (há 38 anos)

Copa Brasil: 1992 (há 25 anos)

Sul Americana: 2008 (há 9 anos)

Libertadores: 2010 (há 7 anos)

Essa amarga trajetória tem culpados e certamente não são os visíveis jogadores e treinadores – aqueles que dão a cara para apanhar – mas quem os contrata e manda neles.

Por isso não grito mais “tira esse ou aquele” por absoluta irrelevância; os que realmente deveriam ser apupados e tirados estão agarrados nas suas tábuas ou pranchas, navegando em mares de almirantes, imunes a tudo e a todos.

 

 

 

 

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