0
(0)

 

Fernando Carvalho, esse post é dirigido à ti.

Não nos conhecemos mas te vi duas vezes: em uma churrascaria e outra em um restaurante japonês. Por isso sei que existes e digo isso pois o pessoal do bar onde assistimos os jogos do Inter te chama de “deus”; e é “deus” para lá, para cá, o “deus” diz para fazer assim, manda jogar assado. Até fico com a impressão que muitas vezes se está usando o nome de “deus” em exagero, mas mitou, está mitado.

Mas a finalidade aqui é te ensinar algumas coisas. Basicamente duas: negócios e matemática. Quanto à negócios sei que não precisas aprender nada pois és uma pessoa de sucesso nessa área. Mas digo que quero te ensinar para poder fazer média com os amigos do bar e dizer que eu “ensinei” o Fernando (posso te chamar assim?).

Vamos lá. Negócios: uma mercadoria vale pelo que vale e um time de futebol é um aglomerado de mercadorias, que podem ser vendidas e render uma boa grana. Quando o treinador bota para jogar uma pessoa (ia falar atleta mas acho que muitas vezes isso não se aplica às mercadorias que temos no Inter) em um esquema que não lhe favorece estraga o produto e uma venda fica dificultada.

Te dou um exemplo: Potker. O cara foi goleador de um campeonato difícil – o paulista – e para isso acontecer ele tem que jogar perto do lugar onde se pode ser goleador: o golo (tudo bem explicadinho!).  Quando Potker que tem um bagageiro avantajado e uma barriguinha saliente fica isolado na ponta direita, ou seja, marginalizado e sem companhia, ele não vai ser goleador nunca, viu Fernando?

Digo isso para ti, o “deus”, pois é melhor chegar logo na divindade do que no papa, ou bispo ou sacristão, todos escolhidos por ti e que te obedecem.

Outra coisa, Fernando. Para que jogar com 3 volantes e tomar golo? Manda o papa dizer para o bispo dizer para o sacristão que joguem só com 1 volante, e outro que lhe ajuda e deixa um cara ajudar o véio D´Ale cansado de guerra. O pessoal do bar anda pegando no pé do gringo, mas poxa, ele joga só e rodopia para um lado e para outro e não vê camisas de seu time para passar. Estão todos atrás da linha da bola (viu? sei das coisas…) e o time não chega com força no ataque.

Com isso nem arrisca ganhar e por isso perde ou empata.

E não se precisa muita perspicácia para concluir que se o time não ganha, as mercadorias que fazem parte dele não são valorizadas e os negócios para nós ou não ocorrem ou são de valores baixos. Veja Fernando que atualmente mais compramos mercadorias defeituosas do que vendemos produtos de qualidade. E isso para todo negociante é um caos, concorda?  Enchemos as prateleiras com produtos fakes e os clientes somem. Se fosse uma loja já teria falido há horas.

E agora o que eu quero te ensinar de matemática: empatar para que?

Tu não és bobo Fernando, faz as contas. O time até agora empatou 4 vezes e com isso ganhou 4 pontos. Se tivesse ganhado duas e perdido duas teria ganhado 6 pontos. E se tivesse jogado para ganhar até arriscaria ganhar mais uma. Veja Fê (já somos amigos…!) o que é a vida e como nesse campeonato da mediocridade pontinhos fazem grande diferença: hoje o Inter tem 16 pontos e está no oitavo lugar; se tivesse ganho esses dois da conta que te ensinei a fazer estaria com 18 e na vice-liderança. Sei que tem muita água para rolar por aí, mas não é ganhando um mísero pontinho em empates (eu prefiro pensar que nesses casos se perdem dois pontos) é que se vai longe.

Essa de jogar num esquema medroso, com todas as mercadorias como que aterrorizadas e fugindo do xogo, todos atrás e um na frente recebendo cruzadas malucas para brigar com 3 ou 4 zagueiros não vai dar certo nunca. E nem penso em títulos ou torcida feliz, sejamos pragmáticos: as mercadorias não recebem boa exposição e com isso mesmo as raras que tem algum valor se depreciam.

Fê, te olha no espelho e faz uma singela pergunta: como é que pode o Sport do Recife estar na vice-liderança com os ex colorados Ortiz, Ernando, Winck, Andrigo e o tão execrecado aqui Anselmo, o craque do time de lá. Algo está muito mal posto nas nossas bandas. Lá eles jogam, aqui não? Será o clima, o atrativo nordeste, o mar?

Fê,  nessa semana se homenageou o Fernandão, que nos deixou há 4 anos. A frase dele de que as mercadorias estão todas na zona de conforto era pertinente na época e premonitória do que viria (segunda divisão, não quero nem falar nisso…). Não gostaram do que ele falou porque pouca gente gosta de ouvir coisas que não são agradáveis, mas o ruim existe, as coisas nem sempre cheiram bem ou tem bom gosto: para existir o mel foi preciso se inventar o fel.

E a zona do conforto segue, Fê. Os empates são a expressão viva disso: “não ganhemo mas não perdemo”, podem dizer as mercadorias e, vindo de baixo para o alto, repetem o sacristão, o bispo e o papa. Mas tu Fê, não aceita isso. Bate o pau na mesa, bota o pé na porta. “Deus” tudo pode! Vai lá, cara. Muda as coisas, mostra o poder da divindade. Já pensou entrar no estádio e a torcida de pé urrando: Uh! Fernando Carvalho? Glória sobre glória.

Sem esse empurrão divino os negócios do Inter vão seguir de mal a pior, com as mercadorias sem valor, e pior, Fernando, nem te conto, cara….

 

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!