Pensando aqui …
O Inter atingiu seu ápice ente 2006 e 2010, sendo presidentes Fernando Carvalho e Piffero. Em 2010 começou a descer ladeira com o mazembaço estando agora na série “B”. Em breves 7 anos passamos do céu ao inferno; do “Campeão de tudo” ao “Campeão de nada”.
Nesse período, os presidentes revelaram-se administradores pouco capazes – Luigi, Piffero de novo – e nada indica que agora esse surfista, o Marcelo terá um reinado diferente dos antecessores.
Luigi falou “mata”, Piffero disse “enterra” e Marcelo dirá “não ressuscita”. Quanto a este último espero estar enganado mas até agora, o que foi apresentado – o mais do mesmo – aponta para esse caminho.
Em qualquer empresa administradores com esses resultados estariam despedidos há tempo mas no Inter seguem mandando.
É verdade que esse ano mudanças ocorreram: um melhor desaproveitamento de peças caras e/ou importunas tais como Alex, Alan Costa, Bob, Ariel, Anderson, Geferson, que foram embora. Mas é incompreensível que situações sigam ocorrendo sem explicações consistentes. Ai estão algumas:
# Paulão e sua liderança negativa, inegavelmente jogador de má qualidade técnica e indelevelmente vinculado ao rebaixamento;
# William cujo atual “contrato” – se existe – cerca-se de tantos mistérios que, quando a transparência não só é uma necessidade mas obrigação administrativa, ofende a inteligência do associado que paga e precisa receber informações sobre aonde vai o seu dinheiro;
# Anselmo e a inexplicável presença em detrimento de outros que poderiam usar esse período para se afirmar ou até mesmo mostrar que não têm condições;
# Zago, treineiro de segunda ou terceira linha que claramente é um “pau mandado”.
Como em todo poder que governa ha tanto tempo, a inexistência de lideranças que possam caracterizar oposição é uma tragédia.
Grupos existem em profusão: Alma Colorada, DNA Colorado, Colorado Eu Sou, Inter Maior, Inter Sempre, Diretas Sempre, União Colorada, Ação Independente Colorada, Mais Inter, Convergência Colorada, Coração Colorado. É muito grupo para que? O que faz uma pessoa estar em um ou em outro? O que os diferencia? Uns tem mais paixão pelo clube do que outros? São mais colorados? Torcem de forma entusiástica alguns, de forma contida outros?
Caso existisse algum diferencial entre os movimentos, como explicar essa quantidade de grupos com nomes bombásticos? O “Mais Inter ” seria contra o “Menos Inter; a “Convergência Colorada” contra a “Divergência Colorada”; o “Coração Colorado” contra o “Fígado (ou pulmão, rim, baço, útero, próstata) Colorada”?
Não acredito que essa direção ou qualquer outra seja mal intencionada e queira tragédias para o Inter; não confundir com melhor ou pior preparo para exercer o cargo. Falo de intenção, pura e simples. Como dizia minha mãe, de bem intencionados o inferno está cheio.
Assim, creio que há que se repensar os brados de “Fora Paulão” ou “Fora Zago”, e antes deles os “Fora Wilson Mathias, Bolivar, Rafael Moura, Alex, Anderson, CR”; eles visam apenas pessoas que ai estão pela conveniência do “Negócio“. Gritamos contra a pontinha do iceberg, não contra o bloco inteiro.
O Inter vive há 7 anos uma crise de identidade. Discutimos se joga no 4-1-4-1 ou no 3-4-2-1 ou seja lá o que for. Pensamos se Uendel deva jogar no meio ou na lateral, se Sasha ao voltar seria titular ou outras conjecturas. Mas a impressão que se tem – e que se torna uma certeza – é de que nada muda e seguimos sem rumo.
Nelson Rodrigues criou o “Sobrenatural de Almeida”; ele é um fantasma, que seria responsável por tudo de ruim que acontecesse contra o Fluminense, time do coração do cronista. Seguro que temos o nosso fantasma. Às vezes penso que a solução para o Inter seriam alguns “trabalhos” para o despachar.