O “Negócio”
“Na “Lei do treinador de futebol” – ela existe! – número 8.650, de 22.04.1993, diz o Art. 4o: “São direitos do treinador profissional de futebol: I – ampla e total liberdade na orientação técnica e tática da equipe de futebol”. Treinadores sempre dirão que têm essa total liberdade. E Zago?
É improvável que com sua experiência, seja por ter sido atleta bem sucedido, seja pelo conhecimento que alega ter adquirido na preparação de treinadores em cursos no exterior, cometa equívocos tão básicos como a insistência em jogar em casa com 3 volantes, contra adversários de pouca expressão; ou persistir escalando nomes (Roberson, p.ex) que já estão dando mostras de que não correspondem. E talvez pior do que tudo: empilhando na zaga os desgastados Paulão e Ernando. Digo improvável pois treinar o Internacional, mesmo na série B, é oportunidade impar para projetar carreira, com chances de cada vez ganhar mais prestigio e dinheiro.
Então: Zago de forma consciente arrisca perder essa janela aberta diante de si? Será que é tão teimoso? Nunca viu nenhum jogo do Inter? É tão limitado e/ou arrogante que não sabe onde está se metendo, pedindo briga com parcela esclarecida dos torcedores (deixo de lado os que são pagos pelo clube)? Será um kamikaze psicopata (o pior tipo)?
Enfim: Porque alguns treinadores anteriores tinham as mesmas características negativas desse Zago? Vejamos algumas “coincidências”:
Depois de Aguirre o Argel que não é nome relevante como treinador.
Saindo Argel, chegou Falcão que durou 5 partidas. Depois o execrável CR (meu keyboard se recusa a escrever seu nome). Esse é um notório “nada”; é tão treinador como eu, ou ainda, até pior.
Havendo o Lisca como um tampão provisório, alça-se ao cargo o citado elemento Zago.
Percebe-se que inexiste há algum tempo vontade política de apresentar treinadores de ponta, com reconhecido trabalho. A torcida reclama, mas como torcedor só torce, essas queixas são lamentos que se perdem no deserto, como latidos de cães na noite, enquanto a caravana de camelos passa (me superei para encaixar isso ai!).
Talvez seja verdade, talvez não – a teoria da conspiração permite o que vou dizer – mas todos os técnicos ungidos tem em comum o fato de serem inexpressivos; isso facilitaria a interferência de dirigentes nas escalações. Ao dizer dirigentes entenda-se toda uma côrte que cresce ao redor, e que estabelece com os mesmos as relações mais controversas que se possam imaginar. Chamaria isso de “Negócios”. Assim: Eu (agente do jogador) tenho o nome, tu (dirigente) tens a vitrine. Ganho eu e ganhas tu expondo a “peça”.
Creio que Falcão foi um equivoco do presidente de plantão que o contratou. Em seguida à sua chegada, toda a côrte bramou contra pois privilégios seriam retirados. Recordem que Falcão falou em Charles há quase 2 anos e ele joga no meio, onde estão os fabulosos fabinhos, anselmos e bobs. Ou seja: a saída de um deles do time poderia ocorrer a qualquer momento, e outros cataclismos mais talvez sucedessem. Os sócios do “Negócio” rapidamente se movimentaram e deram um chega pra lá no presidente da época: como resultado Falcão cai sem maiores explicações. Afinal, desnecessárias pois torcedor torce e dirigente dirige.
No episódio Falcão, emblemática a conversa dele com o presidente após sua saída. Diz Falcão: “O Vitório (Píffero) me pediu desculpas e disse que não teve como me dar apoio“. Pensemos: é possível que o real poder no Inter esteja nas mãos do “Negócio“, e até o presidente não pode se opor a ele? Observemos os nomes dos ungidos à presidência: todos com comportamento fraco, comprovadamente incompetentes. Bons testas de ferro para o “Negócio” que os coloca lá.
Assim, os tais critérios de Zago podem não ser dele. Talvez seja apenas mais uma marionete – como as anteriores – orientada pelos “Negócios” para fazer o que interessa a eles, o que necessariamente não significa interessar ao clube. Em outras palavras: presidente e técnico competentes, de nome, respeitáveis, que não iriam se deixar subjugar pelo “Negócio“, não servem.
Se isso é mesmo isso, seria uma enorme perversidade. Mas, o que se pode duvidar nesse mundo de interesses tão mesquinhos?
Zago é um treineiro tipo mambembe, que vai fazer seu pé-de-meia com um salário daqui, uma rescisão de lá, um acertinho acolá, e vai viver bem, felizmente para ele. É isso que querem dele: é o que dará. Nunca teve repercussão como treinador: no Palmeiras (único grande) ficou 3 meses.
Ao criticar Zago estaríamos nos desviando do verdadeiro alvo em nossas críticas: o “Negócio” que o colocou ali. E quem sabe é isso mesmo que se pretenda? Uma manobra diversionista: desviar o foco dos torcedores da real questão? Podem estar dizendo: Gritem com Zago, digam barbaridades: é contra ele; nós o “Negócio“, estamos fora disso, “dirigindo”.
E a pergunta: Quem controla o “Negócio“? Certamente vocês sabem muito bem quem são. Mas dou dicas: são os mesmos que bancaram o “espetacular” Wilson Mathias para tomar o lugar do Oscar; são os mesmos que mantém Paulão e Ernando. Mudam os tempos e nomes mas as praticas persistem. Zago pode ser demitido: outros zagos do mesmo naipe virão.