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Nos dias de hoje assuntos do Inter ficaram chochos, insossos e redundantes: é paulões, zagos, anselmos, sashas, vitinhos, merdeiros, melos… Arg! Vou tomar um Plasil antes que chame o “Joel”, já volto.

(Colunista sai de cena, cambaleando; pausa)

Respeitável público: enquanto o colunista está fora, aproveitem: baleiro, balas, drops de aniz … queres um Rita Lee?

(Volta o colunista, meio pálido mas sorrindo para as câmeras)

Se os temas citados acima são o que são ou o que não são, temos nesse 04 de abril o julgamento do século. O futuro do clube depende da decisão. Tenho um amigo que mora em Genebra e que conhece o ex-cunhado de um alto diretor do TAS. Me disse ele coisas que lhe foram ditas pelo seu amigo de lá e que são sigilosas; passo aqui, com cuidado. Peço reservas e não divulguem.

Mas antes que me esqueça (na minha idade isso ocorre com frequência): vocês sabem que o BV tem duas faces, uma diurna e outra noturna? Não? Pois tem!

A diurna trata de futebol, a da noite – pasmem! – de blues. Imagino que o povo notívago pega suas cervejinhas e dá-le  (não Dale: dá-le mesmo) tratar de blues. E é vídeo pra cá, pra lá, e descobrem uns nomes que vou te contar! Já ouviram falar em Fleetwood Mac? E em Pinetop Perkins, Bonnie Lee?

Esse povo da noite tem especial predileção por gaiteiros como James Cotton, Junior Wells, Little Walter, Carey Bell  e Sonny Terry. É possível acreditar no que se transforma o BV à noite?

A propósito: comprei um microfone especial para harmônicas no blues…..Mandei vir dos EEUU: é a “Botttle ´o Blues”.

Mas voltando ao julgamento de amanhã, como eu ia dizendo, esse meu amigo… Ah! Só uma outra coisa que lembrei agora nos raros momentos em que me recordo:

O povo da noite nunca – repito: NUNCA! – falou de Sweet Emma Barret, pode isso? O “barret” é por causa da touca vermelha que sempre usava. Vermelha? Isso diz algo?

Essa senhora nasceu em New Orleans em 1898 e viveu sempre lá até sua morte, em 1983. Ao 69 anos teve um AVC que lhe paralisou o lado esquerdo. Seguiu trabalhando, tocando piano e cantando. Nesse vídeo de 1982 – com 84 anos, 1 ano antes de sua morte – a vemos chegando de cadeira de rodas no seu bar e tocando piano apenas com a mão direita. É emocionante; preparem lenços.

Esqueci o que estava falando! Era do povo da noite? Não, desses eu já falei e de seus curiosos e excêntricos gostos. Era, era…. lembrei: do meu amigo de Genebra. Então: sabem o que o  seu amigo de lá lhe disse? Ele falou em francês e eu vou traduzir agora:

Não Podemos Se Entregá Pros Home! 

Todos temos os “home” para enfrentar; seja nos lares, bares, lama ou cama, como diz Mauro Kwitko em “Mal Necessário”.

Sweet Emma Barret nunca se entregou e nem nós nunca nos entregaremos. Com ou sem barretes vermelhos, somos gaúchos e colorados de sangue. E isso tem peso!

Sucesso amanhã! Rivelino dizia: se dé, dé; se não dé, não dé. Seja o que for, seguimos com nossos barretes, verdadeiros ou virtuais, mas sempre vermelhos.

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