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Em Aix-le-Chapelle, pequeno vilarejo ao sul de Chardin, França, a filha mais jovem do moleiro, ainda solteira, todas as quintas feiras se encontrava furtivamente com o carteiro. Estavam em um desses encontros num fuc-fuc gostoso quando o estrado veio abaixo. Com o ruído o carteiro não conseguiu acabar o que havia começado e, de repente, se “lembrou” que tinha uma entrega urgente para fazer. Despediram-se, combinaram para a próxima quinta e ele se foi.

A filha do moleiro ficou e como não tinha nada para entregar, até porque já havia entregado tudo que era necessário para aquela manhã – a tarde , como dizia sua tia-avó, é outro dia – se pôs a tentar arrumar o estrado quando viu algo curioso: um pequeno livro de capa de couro, cuidadosamente enrolado em uma espécie de pano que lhe pareceu ser um veludo, bem desgastado.

Curiosa, desembrulhou o livro, abriu-o com cuidado pois estava um tanto quanto em mau estado de conservação – “Deve ser velho”, pensou ela.

Na primeira página uma data e um nome: Michel de Nôtre-Dame, 1560.

Claro que esse nome não lhe dizia nada e apenas o ano lhe fez estremecer ligeiramente. Logo soube que tinha em mãos algo muito valioso mas naquele momento nem sabia o quanto o pequeno livro o era.

Levou-o ao médico de Chardin, a pessoa que lhe parecia ser mais conhecedora de tudo (pensou no sacerdote mas descartou essa ideia, sem saber bem porque). O médico – cujo nome a notícia não revela – ficou com o livro e lhe pediu alguns dias para tentar descobrir quem era o tal “Michel”, o autor.

Não precisou muito tempo: na mesma tarde lhe telefonou e nervoso – curioso isso para um médico antigo e tido como muito tranquilo – lhe pediu que  fosse ao consultório imediatamente. Ele inclusive havia cancelado todas as consultas da tarde.

A filha do moleiro pegou sua bike e em minutos estava no consultório do médico. “Sabes quem é o autor?”, lhe perguntou quando ainda estava na sala de espera. “Sabes?”, repetiu algumas vezes, a cada vez com a voz mais alterada.

“Nostradamus, menina, Nostradamus!!!!”, àquela altura o médico já estava gritando.

Para encurtar a história, se puseram a ler os versos do livro e viram que ele descrevia anos: 2014, 2015, 2016, 2017 e….. 2018!!!! Emocionado e tenso, o médico leu o que Nostradamus escrevera em 1560 sobre alguma profecia para 2018. Eis aí:

Na parte de baixo do mundo, quase no fim do mundo de baixo,

Um terremoto irá sacudir a vermelha nação inquieta e heroica,

E do pó surgirá um vulcão que irá levantar novamente a fronte curvada,

E as glórias eternas se farão presentes como um presente aos tristes e cabisbaixos”.

“E agora?” pensou o médico. O que será que isso quer dizer? “Mundo de baixo? Nação vermelha? Presente aos tristes?”, tudo hermético como sempre são as profecias de Nostradamus.

Para encurtar a história de novo, estamos agora em uma reunião com a imprensa internacional e quis o destino – sim, ele existe!-  que naquela sala estivesse meu primo, jornalista que trabalha em um jornal francês. Ele é de Porto Alegre, morava na Cidade Baixa, bem perto daquela churrascaria cujo nome esqueci. E, voilà! Quando meu primo leu os versos soltou um grito em francês e todos o olharam, surpresos: “Eureka, eureka”, gritava ele e logo se deu conta de que a história da Eureka é outra. Suspirou e disse “Sei o que isso representa e creio que Nostradamus irá acertar novamente”.

“Esses versos se referem ao Inter, um time de minha cidade” e etc, etc e contou quem fomos, quem somos e o principalmente quem desejamos voltar a ser.

Está escrito. “Maktub” mas essa também é outra história.

Fim. E minha modesta contribuição ao desânimo, pois não há mal que nunca acabe. Que há bem que nem sempre dure isso já sabemos.

 

 

 

 

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