GANHAR, GANHOU
O time melhorou, isso é inegável. E mudou muito para que isso ocorresse. Ao se observar escalação do primeiro jogo contra o Londrina e a de agora se constatam as alterações existentes. A começar pelo treinador; o atual é limitado mas é o que há e aparenta ser menos ruim do que o anterior.
O Inter inicia esse turno na vice-liderança, com o segundo ataque mais efetivo (o primeiro é do Londrina) e a melhor defesa (junto com o América).
Há o que reclamar?
Sempre há. Vamos lá:
O custo dessa estrutura é desproporcional às necessidades. Caracteriza até um abuso de poder econômico; existem equipes que não custam o que recebe um único jogador do Inter. Mas dando de barato (ou nem tanto): se a causa é justa (subir) vale o investimento.
A defesa está mais segura. Klaus com sua forma simples de jogar deu mais firmeza ao setor. Até o Winck responde melhor às necessidades. Uendel é o que é; vai ficando na falta de coisa melhor. Defesa que antes tomava muitos gols de cabeça agora os faz.
O ataque tem Damião, centroavante que fica ali, atrapalhando a vida dos zagueiros adversários; se não é lá essas coisas ao menos briga na frente. Pottker está mal mas creio que o treineiro o escala fora do lugar onde melhor poderia produzir: marginalizado na ponta direita pouco rende. Uma pessoa não é artilheiro do campeonato paulista em um ano e no outro desaprende a jogar.
Sasha é o queridinho do momento; recompõem (termo da vez) melhor do que Nico, descompromissado e faceiro mas muito mais eficaz na frente. Aí a questão é de opção de quem orienta ou de quem orienta quem orienta. De uma forma pragmática, ao se constatar que temos a melhor defesa, quem sabe a recomposição é prática adequada?
O meio segue sendo o ponto nevrálgico. D´Ale, ao contrário do que escrevi semana passada para provocar um adormecido blog, não acabou do alto de seus 36 anos. Acho que ele não é aproveitado onde poderia render melhor: centralizado, jogando do meio para frente sempre, sem obrigação de ter que recompor (argh!). “The right man in the right place” seria a postura mais sensata.
Os mapas de calor mostram em uma partida a movimentação de D´Alessandro (36 anos) e de Iniesta (33 anos). Não estou comparando o que joga um ou outro: apenas o lugar que ocupam no campo. Iniesta tem a companhia de Rakitic que joga ao seu lado, além de todos atacantes que se movimentam muito (o que não impede que percam seguido, como ocorreu ontem, frente ao Real Madrid).
D`Ale joga só. Essa opção de o colocar pelos cantos do campo é incompreensível pois não aproveita as qualidades do jogador; fica ele ali, se omitindo do jogo, tendo que recompor; outros com mais folego podem fazer isso e ele só ficaria na criação. Ao mesmo tempo, inexistem deslocamentos, aproximações, triangulação para a frente, meias que cheguem na área. Suponho que Camilo possa ser esse jogador que fará o D´Ale render para o time mais do que está produzindo. Além do que poderá lhe dar minutos preciosos para recuperar o folego durante a partida.
Seja o que for, creio que iremos subir e nem tanto por nossos méritos, mas porque a concorrência é fraca. Sendo pragmático novamente, agora esse é o objetivo.
Assim como o Inter mudou muito de um turno para o outro, poderá passar por nova reformulação no próximo ano. O que temos está de bom tamanho para o que se requer atualmente. Depois é depois.