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Vez ou outra eu contei por aqui das minhas aventuras musicais. A música, tal qual o futebol, é uma arte admirada por quase todos, mas verdadeiramente talento de muito poucos. Creio que eu nunca tive dentre estes raros, preciso ser honesto. Não digo que não tentei, todavia. Nos últimos suspiros dos anos 70, quando cheguei à Capital, já trazia comigo a música na essência, afinal, neto de um tocador de violão e batedor de serenata nas janelas dos fundos de campo de um Rio Grande antigo. Logo, para além das minhas idas ao Beira Rio, foram aos noitadas musicais que me fizeram me entrosar com a gauchada de todos os cantos espalhadas por Porto Alegre.

Numa daquelas fui apresentado aos Festivais e passei a frequentar alguns, já povoados os imaginários de todos os músicos e intérpretes de se chegar ao troféu de uma Calhandra de Ouro, que até hoje resguarda sucessos incontáveis do cancioneiro gaúcho: Pedro Guará, Negro da Gaita, Esquilador, Veterano, Desgarrados, Tertúlia, Guri… Só que para chegar até lá era preciso criar casca e, antes de tudo, apreciar e apreender com os Festivais e seus grandes músicos, cantadores e poetas.

Pois foi num desses, salvo engano no ano de 1980, o já extinto “Ciranda Musical” de Taquara, que passou uma composição de Telmo de Lima Freitas que, além de não levar o troféu, sequer chamou a atenção de muitos, porém se agarrou à minha mente: “quando as almas perdidas se encontram, machucadas pelo desprazer…”.

A valsa ‘Lembranças’ que poucos anos mais tarde virou sucesso na gaita e na voz de Porca Véia, tornando-se o seu maior sucesso e a música mais pedida e tocada nos fandangos do sul do Brasil e do mundo.

Pois é de lembranças que tenho vivido o Internacional ultimamente. Seja do rádio meio fanhoso do meu velho pai contando das façanhas daqueles grandes times que nos deram o Tri Campeonato, seja de alguns bons momentos que vi na década de 80, do greNal do Século, ou do petardo – carregado de sentimento e brio, naquele pênalti batido para nos levar à desforra da Copa do Brasil de 92. Tenho lembranças, e boas, também daquele time de 1997 que foi a primeira grande alegria do meu filho mais velho, transformado, igualmente, num momento único para o seu pai.

São as lembranças, maravilhosas, que não me deixam esquecer do ano de 2006 – o maior de nossa história, daquele dia chuvoso do 16 de agosto ou daquela festa inesquecível no Parcão naquele 17 de dezembro onde para eu e para todo o Torcedor Colorado imbuído em gratidão, Adriano Gabiru virou um amor. Nunca cansarei de te pedir perdão, Gabiru. Depois de quase oito décadas de serviços prestados como Torcedor Colorado, muitos momentos eu poderia vir contar aqui, com muitos atores, uns meros personagens e outros tantos protagonistas.

Só que depois de quase oito décadas de serviços prestados como Torcedor Colorado, ver um time que se contenta com um campeonato gaúcho porque não ganhava nem com reza braba, quem sabe só para impedir o rival de alcançar uma marca tão preciosa à história do Clube – como se isso fosse um favor para o Inter e para nós, fez-me cair em si e pensar que, infelizmente, parece que do Sport Club Internacional – a glória do desporto nacional, sobrarão mesmo só as recordações, que “sempre vivas dormidas se acordam, na lembrança da primeira vez”.

Quem sabe, ainda, uma velha esperança de os que ora são o Internacional, “já cansados de tanta tristeza, vão em busca de nova alegria…”

Nova alegria para novas lembranças!

 

CURTAS                                                                              

– Professor Roger Machado conquistou o respeito da Torcida Colorada e, num ato de grandeza e reciprocidade, deveria reconhecer que é findo o seu trabalho frente ao time do Inter;

– Do contrário, tomaremos duas lambadas nas Copas para, somente então, esta diretoria amorfa tomar uma providência;

– Em matéria de letargia e falta de noção, nosso Presidente é multi campeão;

– Já se foram Rogel, Nathan e tem outros tantos para adentrar nesta barca;

– Não me empolga o lateral do Cerro e esperava uma busca, ferrenha, de titulares para as camisas 5, 8 e 9;

– Mas, como mesmo quem manda está de férias, acho que não vem ninguém;

– Interessante os jogadores faceiros de férias, nada envergonhados, em que pese nossa infeliz posição na tabela do brasileirão;

– Desta vez o ano do Colorado terminou em junho e agora é só uma nova luta ingrata pela sobrevivência;

– Não perderei tempo com essa Copa de Clubes e tampouco torcerei para os brasileiros. Pra mim, tal qual genro, qualquer time brasileiro que não seja o Inter tem é que se fu…;

As lembranças tranqueiam com as águas… do Guaíba e da chuvarada!

 

PERGUNTINHA

Que serão das lembranças dos Colorados que estão por vir?

 

Já não posso nem pedir mais fé e resiliência pra ti, meu Povo Colorado!

PACHECO

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