A LENDA

Nunca fui chegado a ser tiete de ninguém. Os fãs que cativei foram muito poucos e alguns eu nem tive a oportunidade de contar disso a tempo. Das tantas vezes que fui no Rio de Janeiro, quase sempre cruzando o Santos Dumont, vi muito artista no seu auge e cheguei a ficar sentado a duas poltronas de distância de atrizes deslumbrantes. Ainda assim, nunca pedi para bater nenhuma chapa com qualquer uma delas. Uns dirão que foi para não provocar a minha Senhora. Em verdade, ela nunca se apegou muito a isso; ciúme vi uma vez somente ela demonstrar.
Estava eu finalizando a compra dum carro zero km em Canoas. A concessionária nem existe mais e a vendedora largou essa lida. Fiz toda a negociação sozinho e Dona Mari foi apenas buscar o veículo comigo. Ainda não havia cerimonial com top vermelho sob o capô, porém, algum “fru-fru” sempre faziam na concessionária. Quando avistou a Marta, no auge dos seus vinte e poucos anos e com tudo “em cima”, a cara da Dona Mari fechou na hora. De fato naquele tempo a Marta era uma belíssima mulher, com uma silhueta e tanto. Mas logo passou e depois Dona Mari e a Marta ficaram amigas e eu negociei com ela mais quatro veículos nos anos seguintes, todos escolhidos pela minha Senhora e com o “apoio” da Marta.
Entretanto, já no pega do meus finalmentes, se eu me cruzasse com o que pra mim é uma lenda na história do Sport Club Internacional – Valdomiro Vaz Franco, eu o pararia e respeitosamente pediria um retrato. Se me permitisse, ainda falaria por alguns minutos de toda a admiração e reverência que tenho pelo maior camisa 7 que já passou na história do Beira Rio.
Aliás, esse retrato merece ter o Beira Rio como paisagem de fundo.
A vida de Valdomiro se confunde a história do Inter. Ele já estava aqui em 1969 quando o Beira Rio virou a nossa imponente casa. Foi vaiado pelos corneteiros da social, que não reconheciam no jovem catarina uma verdadeira promessa do Celeiro de Ases. Fora dos treinos, usava uma espécie de sapatos de ferro, para ganhar musculatura, doideira essa que lhe transformou num dos maiores cruzadores de bola que eu já vi entrar em campo no Gigante. Transformou-se, igualmente, num exímio cobrador de faltas.
Podia ter desistido no caminho, mas desistir nunca lhe foi uma opção. Ser parte da história do Inter lhe era mais forte. Hoje, é uma lenda colorada: Valdomiro “perna de rifle”!
Por tudo isso e muito mais, que mesmo abichornado, enfurecido e desolado muitas vezes com o Colorado num dia, no outro lá estou eu novamente juntando os cacos e renovando a esperança de ver o Sport Club Internacional direcionado à glória do Brasil, novamente. Cá estou eu nesse espaço que me fora permitido falando e reiterando que o Internacional só será o que nunca deixou de ser, mas agora escrevendo novas páginas de alegria, se nós Torcedores Colorados seguirmos firmes nesta peleia com o Clube.
Se há mais de meio século, desistir de vencer e entrar para a história do Sport Club Internacional não foi uma opção para o nosso maior camisa 7 Valdomiro, deixar de seguir torcendo, gritando e amealhando torcedores para o nosso rebanho a mim também não será.
Sigo aqui pelo Inter, pela nova geração de Colorados e para que a lenda Valdomiro seja lembrada incessantemente. Vivenciar desta parte da história do Internacional que ainda será escrita fará sempre o meu coração bater mais forte.
Não virarei uma lenda, mas exaltarei as de sempre e com sorte as que virão…
Vamo, vamo, Colorado!
CURTAS
– Professor Roger vem conseguindo fazer do limão algumas limonadas. Mas acho o time do último sábado capenga para encarar uma final de campeonato;
– Assim como a maioria, quando entrou Gustavo Prado eu achei que tinha de tirar Vitinho; saiu Wanderson e Vitinho ficou e fez os dois gols da vitória. Este é o papel do treinador: enxergar o que não vemos;
– Aliás, como o Prado me lembra fisicamente o Marcelo Rosa. Com bem mais bola no corpo, todavia;
– Café Aguirre fez seu melhor jogo defensivamente em Caxias. Que seja uma esperança;
– Vou falar de novo só na expectativa de morder a língua: Ronaldo nem deveria ter vindo;
– Quero entender a posição da direção nessa patifaria toda que o outro lado está protagonizando. Um vexame, para dizer o mínimo;
– Mas, mesmo que seja uma estratégia (o silêncio), acho que deveria ter uma posição pública forte, contra tudo e todos;
– Sigo na fé que alguém com estofo ainda vá chegar para envergar a camisa Colorada;
– Disse e me repiso: que coisa linda esse novo manto do Internacional!
PERGUNTINHA
Vamos de manga longa no veranico da Capital?
Viva o Inter! Viva a lenda Valdomiro! Viva a nossa história!
PACHECO