Mauro Loch

O CENTROAVANTE, O MAIS IMPORTANTE

4.8
(16)

Samuel Rosa, do Skank, um aficionado pelo futebol, escreveu essa letra que diz muito sobre o futebol. E a letra diz: “o centroavante, o mais importante”.

O Inter, com centroavante, no Brasileirão, é outro time.

Claro que o time estava devendo. Quarta-feira contra o Bahia foi a ressaca da eliminação da Libertadores, e o time todo jogou mal, preso, sem vontade, mas, principalmente, sem ataque, tanto que, com Lucca expulso, o jogo praticamente não mudou.

Quarta, o meio até criou, trocou passes, infiltrou, Alan Patrick proporcionou uma das jogadas mais lindas desse campeonato, mas sem o mais importante, não há gol.

Enner Valência, mesmo com os gols perdidos contra o Fluminense, é centroavante, é atacante que gosta de fazer gols, e sabe jogar com um meio campo, aí a diferença abissal para Luiz Adriano, que só sabe jogar se a bola chega, e quando chega tem errado.

Valência cria espaços, permite que os outros joguem, Luiz Adriano trava a jogada, não se movimenta, não retém a bola, não cria nada. Valência não é aquele 9 aipim que estamos acostumados, o finalizados dentro da área, mas um atacante que se movimenta, joga pelos lados em diagonal e participa das jogadas.

O jogo contra o Santos foi um massacre, do início ao fim. Creio que o gol veio antes de o Santos ter posse de bola, e o erro da defesa sacramentou o andamento da partida no golaço do Alan Patrick. Esse Santos está esfacelado, mas tem bons jogadores, é um plantel que merece ser observado para o ano que vem.

Mas o demérito não é apenas do Santos, o Inter chegou, rondou a área, teve paciência, criou as jogadas e as finalizações entraram, daí o placar. Também é certo que o goleiro reserva deles é muito ruim e aceitou uns dois gols, mas o volume de jogo do Inter e a transição rápida não permitiram nenhum tipo de reação.

E não foi um jogo perfeito, o Inter errou muitos passes no meio, ainda com 2×0, sem o jogo estar definido. Depois dos 3×0, relevo, e com a facilidade que estava o jogo, difícil pedir total atenção dos jogadores; só que antes ainda, erramos muitos passes fáceis no meio, que, em outra situação, poderia complicar uma vitória bem tranquila.

De qualquer forma, foi um placar bem elástico, com todos os atacantes fazendo gol e participando das jogadas, e gols com bola rolando.

Achei que Coudet, aos 20 do segundo tempo, poderia ter feito experiências, principalmente com Gabriel Barros, mas preferiu tentar recuperar jogadores em má-fase.

Já deixo bem claro que, apesar da goleada acachapante, não estou entusiasmado para conseguir vaga na Libertadores, por mais matemática que se envolva, acho bem difícil que sequer belisquemos a vaga da pré; e nem acho que seja o momento de cogitar isso, e sim focar no próximo jogo, buscando manter o padrão de atuação no Beira Rio  fora de casa, e planejar o time para 2024, seja lá que torneios vá jogar.

Finalizando, antes que o Maragato diga que o meio-campo é o mais importante, eu concordo, mas vimos que um meio sem centroavante fica capenga.

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