Cristian

Buenas e me espalho…

4.5
(17)

 

O criador e sua criatura

 

“Era uma noite fria de lua cheia…”

Assim começa a primeira página do clássico o Continente, integrante da trilogia “O tempo e o vento” do grande escritor gaúcho Érico Veríssimo, pai de outro grande escritor e integrante de nossa legião alvirrubra: Luiz Fernando Veríssimo.

“Era uma noite fria de lua cheia…” É assim que começa uma grande obra e termina de forma melancólica uma noite que tinha tudo para ser de vitória colorada em terras charruas contra o Nacional do Uruguay.

Tudo ia bem na quarta-feira até que perdemos chances claras de gol e tomamos o já clássico gol de bola aérea em nossa área. Como de costume, um jogador adversário da estatura de um toco para amarrar égua consegue subir sem que nenhum de nossos defensores o importune (Estão mal treinados? Sem tempo de bola?) e acaba com a nossa alegria.

Fim de jogo em Montevidéu

O único invicto na Libertadores! Parabéns! O time empatou três e venceu duas dentre cinco partidas!

Ora, os três empates em três jogos equivale a ter vencido uma e perdido as outras duas partidas… Isso não é corneta, é matemática básica. A consideração para o empate é quase a mesma para uma derrota quando se precisa somar pontos.

Quando será que os dirigentes e comissão técnica vão parar de encarar fases de torneio e campeonatos de pontos corridos onde, por óbvio, o que vale é acumular pontos como se estivéssemos em 1979? Naquela época gloriosa do time que nunca perdeu, além de termos jogadores do quilate de Falcão, um empate valia um ponto e a vitória dois pontos.

Naquela época o empate era meio caminho da vitória literalmente. Hoje um empate é 30% do resultado de uma vitória. Em 2016, quando o time foi rebaixado, empatamos 10 partidas e perdemos pavorosos 17 jogos (gracias Roth).

Mas isso mudou recentemente, é verdade… faz só desde 1995 que é assim. Ainda dá tempo de ajustar a mentalidade. Ao invés de chamar o time pra retranca, tentar prender o adversário no próprio campo com inteligência e mobilidade no ataque. Não aprenderam nada com o Iarley em 2006? Imaginar se fosse o atual pensamento de “fechar a casinha” que estivesse em vigor como seria o desfecho no jogo contra o Barcelona chega a ser doído.

A gente usa como figura de linguagem, sem estar muito errado, vigor físico como sinônimo de bom desempenho sexual. O nosso time tem de entrar com a “pica apontando pro céu” em todos os jogos (como diria o Profexô) e não essas Maria Moles que se transformam no segundo tempo. Para isso precisam ter inteligência, vontade de vencer e um bom treinamento. É preciso fazer como o capitão Rodrigo: nos pequenos bater de prancha e nos grandes de talho. Vejo assim como única maneira de ter um time competitivo até o final do ano… já sem grandes expectativas, mais pra salvar as finanças e manter algum motivo pra tomar cerveja enquanto os jogadores colorados desfilam toda a sua habilidade.

Acorda Colorado!

 

PS: é muito difícil trazer o Ortiz (pai) de volta? Já que repatriaram o preparador físico traíra, o que custaria trazer de volta o grande Ortiz pra domar a mira desses pé-de-pano que conseguem perder mais chances claras de gol do que um perde o líquido que cai nele?

 

 

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