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Meu amigo Breno já levava aquele romance com a Eva de arrasto fazia tempo. Por um período até achei que poderia dar casório, já que ela nutria muito tal esperança. Ele, todavia, sabia que não tinha futuro o enlace. Só que se acomodou, se dava muito bem com a família da prenda e prezava bastante pelo seu bom cartaz, de homem sério. A verdade é que aquele emprego dele noutra cidade ajudou muito, pois passava a semana inteira fora e tinham de se aturar somente aos finais de semana.

A história seguia em banho maria, enfim, quando ambos resolveram terminar. A real é que apesar de acompanhar de perto aquela epopéia, não sei ao certo até hoje a razão do desquite. Desconfio até que foi ela que decidiu por aquele encerramento, e ele para não ficar “mal falado” contou outra história. E foi cada um pro seu lado, afinal, até teve paixão por algum período, porém o amor se perdeu em alguma encruzilhada da vida, quer pelo egoísmo de cada um ou mesmo pelo destino.

O destino é quase sempre implacável. E cruel.

Aliás quis ele que meu último final de semana na praia nesta temporada, o passado, tivesse tido um sabor amargo. Poderia dizer que foi do limão daquela caipira feita sabe-se lá como pelo meu cunhado. A realidade, contudo, tem o Internacional no meio, só para variar um pouco. Pois a notícia de negócio para a “repatriação” de Charles Aranguiz e Luiz Adriano azedou de vez o pouco de paciência que me restava: tempo demasiado no litoral para agradar a patroa, casa cheia e pés na areia pra ficar tomando guasqueaço do nordestão. E o Inter.

Passou uns três meses da contenda e o Breno que até já estava bem faceirote “no más”, caiu na conversa da Eva. Ela não era lá uma guria das mais belas, mas imagino que compensava com outros dotes, afinal, não era muito fácil ganhar o Breno na conversa (geralmente ele assim fazia). Voltaram. A coisa até parecia diferente no início, era amor pra lá e pra cá. Promessa de nova vida e quem sabe até o tão pretendido e sonhado casório. Ela até já tinha escolhido uma raça de cachorro pra criar e o nome da filha que eles viriam a ter.

Mas não adiantou de nada, o Breno até estava de corpo novamente naquele flerte, mas nunca mais de alma.

Esta volta de dois ex-jogadores parece muito esta estória de romance com vai e volta, dos quais eu até hoje conheço poucos exemplos de sucesso. O então jovem casal logo adiante se apartou em definitivo, comprometeram até a amizade entre ambos, embora ele ainda detenha estima da família dela.

No nosso caso, temo que esta idéia de tentativa de resgate do amor seja uma breve loucura de verão, uma idéia desarrazoada de reviver aquela paixão que já se foi embora. O amor é a fagulha que resiste da paixão, porém se ela se apaga, não há qualquer bem-querer que resista.

E se o destino é meio malvado às vezes, a lei do retorno duas em três é implacável. E na lei do retorno de jogadores que passaram por aqui, o final disso tudo comprometeu até mesmo a ‘amizade’ entre nós, torcedores e jogadores.

Sabe-se lá o que restará da estima, que no meu caso para com esses dois, já não era muita mesmo.

Se é o que tem, afinal, nada temos.

 

CURTAS          

– Espero, sinceramente, que o Internacional não tenha levado toda uma comissão “multidisciplinar” as nossas expensas à Europa para voltar de mãos abanando. Já adianto que Aranguiz e Luiz Adriano eu nem considero, pois podia acertar até mesmo por fax;

– Sobre hoje à noite, depois da pelada braba do último sábado, opto por não criar qualquer expectativa;

– A saga do centroavante continua. É difícil de achar, mas não impossível;

– Se o Mano Menezes gostou mesmo do que viu em Pelotas, a canha dele batiza bem mais que a minha;

– Por falar em treinador, acho que está matando as valências de Carlos de Pena lhe fazendo de volante marcador. Vez ou outra, em alguma circunstância da partida até vai, mas como está sendo não tem alcançado um bom destino;

– Vitão e Vanderson jogando muito pouco tendo os próprios como referência;

– Meu bom Siciliano mencionou por aqui que não detinha mais idade para conviver com o rancor. De minha parte, a esta elevação de espírito talvez jamais irei de alcançar: não esqueço de como o chileno foi embora, tampouco de como o ‘prata da casa’ comemorou contra nós.

 

PERGUNTINHA

Aceitamos, mesmo, de volta?

 

Ainda mais coragem, meu Povo Colorado!

PACHECO

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