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É claro que acordei radiante, hoje. Colorado jogou bem e o primeiro tempo foi um dos melhores que vi nos últimos tempos. Mas o tempo mesmo está enferruscado, num chove não chove. E na minha mente, uma ideia nostálgica de história que parece que quer se repetir.

Naquele jogo contra o Veranópolis em 1997, no domingo, também chovia. Estava na região metropolitana na época e, então, peguei um Centralão rumando ao campo, afinal, o time parecia uma draga próxima de afundar e precisava do meu apoio. Desci no ponto de desembarque que tinha no centro de Porto Alegre e já havia a conversa que o jogo não sairia por causa da chuva. Titubiei, acabei confirmando num radinho que carregava comigo: jogo adiado pois o sistema de drenagem do Beira Rio “não funcionou”. No outro dia, com portões abertos e 40 mil pessoas em plena segunda-feira, ganhamos com certa autoridade do bom time serrano. A partir daquele jogo a história do Internacional na temporada mudou de rumo.

Por óbvio eu quero traçar um paralelo com agora. É curioso que como em 1997, o jogo chave também acabara adiado, embora por motivos diversos, mas foi crucial para as pretensões do time, o ânimo dos jogadores e o emprego do treinador. Ganhamos o campeonato gaúcho e fizemos uma campanha e tanto no Campeonato Brasileiro, que merecia o título.

Não sei se a história vai se repetir tão igualmente agora, ainda que eu espere que apenas de forma parcial – para que haja uma taça no final também, mas as curiosidades estão aí, expostas para a ilusão de quem quer que seja. Eu, por exemplo, sou um velho iludido nato. Naquele tempo, inclusive, teve a celebre frase do “vamos mudar não mudando” para manter o treinador cuja torcida queria a cabeça numa bandeja. Pra mim, quase igual ao que acontece agora. Havia ruído também com alguns jogadores. Também acontece agora.

Enfim, aprendi a ser velho e nostálgico com a cacofonia do tempo. Muito das coisas boas que vivi e vivenciei não mais podem se repetir, ou porque não mais existem ou porque eu não mais consigo fazer. Mas em se tratando de Internacional tenho me agarrado a toda e qualquer mística que possa existir, para antes do derradeiro leito, ver mais um título ganho, mais uma festa da torcida Colorada, mais uma nação atrás dum caminhão de bombeiros, cantando, chorando de tanta emoção, com o Inter do meu coração!

Saudade, aliás, do velho Gigante da Beira Rio. Do cimento quente, do amendoim e do povo Colorado, o verdadeiro povo Colorado, mostrando no canto e no berro que não há nada, nada mesmo, que chegue perto da Torcida Colorada. Nunca comparem.

Então, vamos lá Inter: encanta o mar vermelho Colorado, joga bonito, dá show de bola…

 

CURTAS                                                                              

– Diz na rádio o gaiato aquele que treinador pro Inter tem que conhecer a aldeia. Ora, pra que melhor, então, se temos um Cacique…;

– Vencer clássico é uma maravilha, mas o Barcellos ainda parece uma cebola numa salada de frutas;

– Gabriel e Liziero ganharam um pedaço significativo no meu coração. Liziero, então, jogou o fino da bola. Prefiro ter que sofrer vez ou outra com eles, que ter passado anos sofrendo com Lindoso e Dourado;

– Moisés em greNal é um leão. Problema é que vira jaguatirica no resto dos jogos;

– Cuesta deixou a lua de mel pra jogar o clássico ontem. Felicidade de uns e desalento da prenda;

– No porte físico o David até lembra o Fabiano Cachaça. Mas acho que só, também. Fazendo gols, contudo, é o que mais importa;

– Se Bustos fosse meu neto eu tinha terminado o jogo chorando. O que jogou esse rapaz fez eu passar a noite inteira sonhando… com um cruzamento e gol de cabeça do centroavante. Pelos velhos tempos…

PERGUNTINHA

Ao fim e ao cabo, já encontraram o cavaco?

 

Festeja Nação Colorada!

PACHECO

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