2014
Ontem o Facebook me fez um favor! Ele trouxe uma lembrança de oito anos atrás! O ano era 2014. Apesar da copa estar a poucos meses de ter sua cerimônia de abertura, os estádios que sediariam o torneio no Brasil estavam mais perto de inacabados do que prontos. A parte das polêmicas (pra ser cortes), bem ou mal ganhamos um estádio remodelado.
No dia 17 de fevereiro eu estava retornando do litoral norte em direção ao litoral sul, onde eu residia na época. Havia ido passear e participar do Summer Night Run daquele ano. Isso me levou na volta a uma passada estratégica, obrigatória e rubia pela capital. Na manhã daquela segunda-feira o sol proporcionava um belo dia. Então, entre minhas alternativas e intensões, optei primeiro em rumar direto ao prédio da fundação Iberê Camargo. Tinha vontade de visitar o espaço dedicado a meu conterrâneo e em seguida ver como andavam as obras do Gigante.
Ao chegar no Iberê Camargo o conterrâneo me apronta uma desfeita: descubro que a única coisa aberta naquela manhã era o estacionamento. Foi o espaço suficiente pra destilar minha leve decepção e rumar ao Estádio José Pinheiro Borda. Chegando lá, vejo a típica movimentação de uma obra de grande porte e, ao passar pelo estádio, uma entrada me deu uma piscada de olho. Nisso, olhei para meu paletó que descansava no banco do carona e senti uma irresistível tentação. A lá Senna no seu primeiro teste num carro de Fórmula 1, dei dois tapinhas no casaco e disse: é hoje!
Estacionei o meu carro, vesti meu paletó sobre uma camiseta, ironicamente azul, que estampava a bandeira do reino unido e, com pose de lorde inglês, fui me dirigindo a entrada do estádio. Entrando lá comecei a andar por todos os cantos possíveis. A certa altura de “la invasión” me peguei admirando o estádio. Nisso, me dirigi, obviamente, ao gramado! Foi a única vez que meus pés tocaram o gramado do Beira-rio. Lembro até hoje o barulho que fazia. Fiquei pouco tempo ali no campo, com receio de ser descoberto, uma vez que o suposto “fiscal” já estava transitando a um bom tempo pelas dependências do estádio e eu já estava imaginando que poderia ser muito “calorosamente” retirado do local. Peguei o caminho pelo qual entrei, para torná-lo o meu caminho de saída. Antes de partir, me permiti parar sobre um pedaço que era de grama sintética e tirei uma foto antes de sair dali com a missão cumprida.
Se eu pudesse escolher um dia pra ficar preso, certamente eu ia querer estar em 17/02/2014.