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Quando me entendi por gente já era torcedor do Sport Club Internacional. Não vou falar que me criei nas arquibancadas do Beira Rio pois já não ia começar a iludir os paysanos de arrancada, mas sou velho o suficiente para dizer que sou do tempo dos Eucaliptos. Só que naquele tempo acompanhar futebol não era como hoje em dia, que basta chutar uma moita para aparecer alguém cagando (sou xucrão mesmo, se acostumem) notícia do nosso Colorado. Era na base do rádio e meu pai, embora um Colorado que sorria sozinho ouvindo os gols no velho rádio, era um homem rude e trabalhador do interior que não tinha no futebol um vício da vida. Fui conhecer pessoalmente o Colorado já adulto, quando saí das asas do seio familiar e caí no mundo e na noite de Porto Alegre (trabalhando, para esclarecer).

Já na era do GIGANTE da Beira Rio.

Ser forjado como torcedor Colorado na década de 70 tem os dois lados. Um, vencendo tudo que disputava e desfilando um futebol de encher os olhos. Eu vi jogar Manga; Valdir, Figueroa, Hermínio e Chico Fraga; Caçapava, Falcão e Carpegiani; Valdomiro, Flávio Minuano e Lula. Time que tinha Príncipe Jajá também. Eu vi o maior treinador da história do Internacional chamado Rubens Minelli. Também vi o que veio logo depois. Eu vi o único time invicto Campeão Brasileiro. Eu vi, ninguém me contou. Dois, que fiquei obviamente mal acostumado. Aí a coisa foi murchando nos anos 80 e 92 foi o único suspiro daquela década de merda.

Se você hoje reclama e pensa estar desiludido com o que vê do Internacional, se coloquem na minha posição. Do céu ao inferno… Mas aí veio um time vencedor de novo, que me fez ser feliz mais uma vez ao lado dos meus filhos. Eu não chorei com o gol do Gabiru, mas choro cada vez que ouço a voz do grande Fernandão falando “aí a gente vai ver que a gente está chegando no máximo, a gente ainda pode dar mais um pouquinho”. E choro de soluçar. É que tô velho e brocha, então, me deixem angariar as últimas emoções duma vida que já está na sua última estrada.

Aí quando eu achei que não podia mais fazer nada na vida de Colorado, o Luizinho me convidou para encarar esse desafio. Eu conheço o Luizinho desde quando ele era um guri. Mas isso aqui não importa. Eu sou o Enestor Pacheco e até hoje não sei qual a moral desse ‘E’. Só Nestor já tá louco de especial. Com o tempo passei a ser conhecido como Pacheco e está melhor ainda.

Vim para falar verdades e pouco me importa quem não gostar de mim. Senhores, minha esposa me detesta e vive comigo diariamente há 40 anos. Então, acostumem-se comigo.

Peço desculpas apenas por eventual erro da escrita, pois estou meio destreinado. Mas só por isso também.

Começo hoje e boa sorte para todos nós. A história sempre tem a chance de ser reescrita novamente. O que vi na vida sempre teve uma lente alvirrubra. O sangue não é vermelho por acaso.

 

CURTAS

– Time do Inter é um leão da posse de bola e um gatinho da conclusão a gol;

– Caio Vidal e Heitor: vigários da bola;

– Keiler 3 jogos pelo profissional. Ou não pagava o dízimo ou comeu a mulher de alguém;

– PV reserva de Moisés é uma afronta aos Deuses do futebol.

PERGUNTINHA

Quem não gosta do D’Alessandro?

 

Abraço torcida Colorada!

PACHECO

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