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Um dos meus maiores receios é que o Inter resolva imitar o co-irmão e fazer da má campanha do rival o seu esteio. Já há algum tempo, o co-irmão se sustentava apenas pela invencibilidade e resultados em grenais.

A declaração do Presidente sobre olhar pra trás foi ruim, pois, na verdade, é o que grande parte da torcida está fazendo.

Penso que corremos riscos sim, que ainda não mostramos um futebol seguro que pode trazer vitórias em sequência para nos afastarmos da zona de rebaixamento de forma definitiva, para que o clube possa planejar e pensar 2022 com mais tranquilidade.

Essa folga da rodada mostrou que os outros times podem se aproximar com facilidade, e que o campeonato, tirando três times com alto investimento, está nivelado por baixo, e uma sequência ruim pode desandar para uma estabilidade ruim.

Não me impressionam as declarações de nossos dirigentes, há muito tempo que as entrevistas passam por um protocolo de afirmações insossas e projeções meramente programáticas, que podem mudar com o vento dos resultados.

O que me importa, no momento, é o desempenho do time em campo.

Na verdade, a tabela do segundo turno se apresenta como uma necessidade de arrancada contra os adversários mais fracos, para que confiança e tranquilidade apareçam e tomem corpo no time, ainda bem claudicante e sem demonstrar força no ataque.

Não acho que resultados traduzam necessariamente desempenho, e o time não tem mostrado um desempenho linear em nenhum dos setores do time, exceto o goleiro. Nossa defesa, contando com os laterais, não inspira confiança. Nosso meio, mesmo com dois volantes, não parece oferecer marcação implacável, e o setor de criação de jogadas parece depender de volantes que não marcam mais, mas também não concluem, e a dependência de Taison ou de jogadas esporádicas, quase lampejos, assusta um pouco.

Também não temos um matador que confere o gol na primeira oportunidade, ou única; e não somos mais aquele time que criava muitas chances desperdiçadas de gol.

Por óbvio que não se trata de terra arrasada, mas o time não se apresenta confiável, e ainda inspira cuidados em campo e na tabela. O lado esquerdo segue em, vamos usar a expressão dos dirigentes e comissão técnica, má fase, tanto na defesa quanto no ataque. Saravia, que recém havia recuperado a boa forma, lesionou novamente e temos uma incógnita na lateral direita.

As mudanças que boa parte da torcida enxerga necessárias, esbarram em um vestiário dominante e mimado, descompromissado com o clube, e que já deu demonstrações contrárias ao profissionalismo.

Enfim, ainda enfrentamos turbulências na zona cinzenta da tabela, e temos que não apenas olhar pra frente, mas chegar lá o mais rápido possível, para que a transição para o ano seguinte seja feita com planejamento sobre algumas certezas.

Se ficar olhando pra trás o tempo todo, pode engatar a ré.

P.s.: aproveitei o feriadão sem futebol do Inter para retardar o post de segunda, e confesso que a patuscada do jogo da seleção redundou na preguiça de ver futebol nesses dias, retomando as atividades ontem, vendo o Juventude controlar o Corinthians.

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