4.8
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A rigor, de forma prática, a única comparação que temos com aquele time de 1992 que venceu a Copa do Brasil pela única vez na história do Sport Club Internacional é Maurício. Sim, tanto quanto há quase 30 anos, temos um jogador com o mesmo nome no grupo novamente. Tínhamos também Caíco, ainda que em outra função (por lógica), mas já nem isso mais se assemelha.

Ademais, as mudanças são bem significativas: a começar pelo gol onde Gato Fernandez sabia o que era ganhar títulos, tendo o feito pela sua seleção na Copa América de 1979, pelo Cerro Porteño campeão nacional em 1990 e pelo próprio Inter como campeão gaúcho em 1991 (repetido também em 1992). Saiu daqui e seguiu sendo campeão (paulista pelo Palmeiras e novamente paraguaio pelo mesmo clube anterior). A diferença não é nada sutil comparado com agora, convenhamos. Na zaga, Célio Silva era um defensor que seria titular jogando no Inter de hoje; Pinga, um zagueiro com letra maiúscula e que, mesmo após uma lesão gravíssima, deu a volta por cima e, também, a meu ver seria titularíssimo hoje em dia.  Não detenho um conhecimento irrestrito daquele time, era guri – pois, contudo acredito que Daniel Franco, Gerson e os próprios Caíco e Maurício também seriam titulares atualmente.

Se formos pensar na campanha, também haveria uma comparação com agora: naquele ano igualmente iniciamos a competição uma fase antes das oitavas.  Mas paro por aí. Primeiro que não há como fazer um exercício de futurologia acerca dos próximos adversários; ora, sequer sabemos se conseguiremos ultrapassar o primeiro. Lembrando que já fomos eliminados por eles duas vezes e de diferente mesmo, afora a questão técnica que na teoria me parece evidente, é o fato que, desta vez – ao menos, o segundo jogo é em casa o que não ocorreu nos tropeços referidos. Segundo, que essas comparações com “vidas passadas” pelo Inter são bem complicadas. Para o bem e principalmente para o mal.

O que esperar do jogo de hoje, então? Não sei. O sentimento é de sucesso já na Bahia, mas também o era nos dois últimos jogos quando tivemos dois empates, no mínimo, patéticos. Disse na live pós jogo aqui do BV que estava encontrando dificuldades em ver evolução no time e que isso ia acabar pesando, pois o sistema, como bem sabemos, é foda parceiro. Não isentei a possibilidade de haver uma má vontade de alguns jogadores para com o treinador e é inocente quem acha ainda que boleiro não derruba técnico. Mas, são conjecturas, tão somente. Boas perspectivas tem passado longe do meu sentimento de torcedor, é verdade, mas ando meio cansado no Inter de uma forma que já começo o jogo desalentado e, no máximo, tenho ficado é irritado no transcurso dele. E por não estar no meu melhor momento para comigo e o time é que terei cuidado em não ser definitivo para qualquer lado. Já disse o filósofo aquele, num passado não muito distante e claramente nefasto, que a “verdade de hoje é a mentira de amanhã”.

Bingo. E esse é o futebol brasileiro em sua essência.

Ontem, e já faz bastante tempo, ganhamos e merecemos ganhar; time aguerrido, jogadores com sangue nas veias e com vontade de vencer. Hoje, já não posso dizer o mesmo. Não sei se efetivamente temos alguma chance real de título e se tivesse que apostar até diria que não. Entretanto, vencer o Vitória hoje é obrigação, como fora ontem e não o fizemos. Enfim, acho que o que me resta dizer é que a sorte está lançada; mas será que a sorte efetivamente nos acompanhará?

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