2.2
(67)

Depois da saída de Coudet, o Inter se transformou em um time sem identidade, e esse último jogo comprovou o desmonte de forma assustadora.

Bem ou mal, com todas as críticas em mente, o Inter de Coudet tinha uma forma de jogar, uma forma de atacar, uma forma de se defender, e jogadores que executavam suas funções. De uma certa forma, o time era previsível, tanto na escalação, como nas substituições, mesmo quando rodava o elenco.

O que se viu no sábado, no entanto, foi um time sem documentos, que não se reconhecia jogando, e que não sabia jogar coletivamente.

Não dá pra falar em falta de entrosamento, jogaram juntos outras vezes. A zaga era do Odair, tinha Lindoso, Patrick e D’Ale, mudou com Jonnhy, Galhardo e Yuri, mas o time não se entendeu.

Moledo já entregou no início do jogo, e foi expulso de modo infantil quando o Inter ensaiava jogar melhor. Lindoso também entregou e D’Ale errou uma série de passes e cobranças de escanteio.

Galhardo e Yuri pareciam ter recebido as camisetas de um organizador de peladas. Não se entenderam na movimentação, conclusões e tudo mais.

D’Ale colocado como solução é um mal para o time. Yuri recebe a bola dentro da área, se é outro jogador qualquer que lhe passa, Yuri chuta, é atacante, está dentro da área com pouca marcação, mas como é D’Ale, tenta o passe, e erra. O mesmo com Heitor, que em vez de cruzar, passa para D’Ale, e este devolve errado. Essa centralização que tinha acabado, voltou. Os males da Daledependência se fizeram presentes no jogo. Não é culpa do D’Ale, é de quem escala.

Galhardo sumiu, desapareceu do time. É um jogador sem vontade, que não busca mais o jogo. Galhardo que substituiu Guerrero, ou que jogava com Guerrero, aparecia em todo o campo do meio para frente, e o novo Galhardo fica plantado na área. Sintomático que Musto tenha buscado a bola e lhe entregue para bater outro pênalti de forma diferente que batia e convertia. Sim, Galhardo corria com confiança e desferia um chute seco no alto. Nos últimos, é uma corrida capenga, e uma tentativa de chute colocado.  Este último foi o pior de todos até agora, meia altura, ente o goleiro e trave, o mais fácil de pegar de todos.

No segundo tempo, até desiste de uma bola que ganha do lateral, retoma e é novo pênalti, não marcado, mas ele desiste da jogada. Sintomático.

Mas nada mais sintomático que os ingressos de Musto e Fernandez. Abel chegou dizendo que não iria mexer na estrutura do time, mas mexeu em toda ela já no primeiro jogo. Não demorou muito voltou para a saída de 3 de Coudet, mas com os laterais presos e os meias recuando. Fernandez tinha resolvido o jogo de lá contra o Goianiense na Copa do Brasil, mas não fez nada no sábado. Musto, demonizado, ingressou no time sabe se lá porque, demonstrando uma comissão técnica até o momento completamente perdida, sem voltar ao que jogava antes, sem implementar um novo esquema, Caio Vidal não jogou. Patrick, que tinha funções de atacante, não atacou nem defendeu. A única coisa relativamente boa que aconteceu foi não termos tomado gol.

Nitidamente o time voltou a ficar nervoso, bolas fáceis eram espanadas. Lindoso conseguiu errar um passe lateral, e depois quase comete pênalti em um erro infantil de posicionamento.

O Inter não sabe quem é como time, não sabe quem é politicamente, não tem presidente, não tem vice de futebol, é comandado por um contratado, gremista, tem um treinador que não ocupa a casamata, e a voz do treinador é por meio de um dos mais dedicados e perdedores jogadores que já passaram pelo clube.

O Inter precisa se reencontrar, dentro e fora de campo, e isso é urgente. Não haverá jogo mágico, pensamento mágico ou força sobrenatural que resolva. Só uma identidade.

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!