Mauro Loch

VALE A PENA VER DE NOVO?

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A sensação de ver jogos do Inter é a mesma de ver uma novela no matinê global, as coisas se repetem, e até os atores são os mesmos, só falta um ponto de interrogação, se realmente vale a pena ver.

Pelo menos há uma explicação pelas saídas constantes de Nonato, com as tais dores no púbis, que realmente impedem uma boa movimentação.

De resto, é uma repetição da forma de jogar, mesmo que com jogadores diferentes, mostrando que o Inter tem um padrão, mas ele é ruim.

Sim, o que vimos, novamente, foi um time que queria controlar a partida com passes entre zagueiros e laterais. De diferente, Bruno Fuchs, com muito mais recursos de saída de bola que Moledo, e que, apertado, sai pro jogo, contando com a maior velocidade e ousadia de Heitor, ainda cru, precisando de rodagem, mas muito promissor.

Lindoso voltou a ser o Lindoso lento, apático e medroso, dos passes laterais, esquecendo aquele que ousava propor o jogo com passes um pouco mais arriscados, verticais. A armação ficou por conta de Nonato e Edenilson, que se movimentavam como manda o figurino, e supriam os constantes desarmes sofridos por Patrick. Guerrero isolado tentando casquinhas ou saindo de perto da área, e Nico com suas jogadas individuais.

Aí veio o gol, em belíssima jogada tramada, com um belo passe de cabeça de Nico para a infiltração de Nonato, desviando por baixo de Fábio. Vejam os nomes que citei e vejam novamente onde estavam, e aí o gol se explica por si só. Tínhamos dois volantes/meias a um passo da área, um atacante dentro dela e Nico também no semicírculo da área, e Patrick nos arredores. Gol.

Como sempre, o gol faz mal para o futebol do Inter, e houve o inevitável recuo, a incompreensível estratégia de recuar para jogar no contra-ataque, mesmo tendo apenas um jogador de velocidade, apostando no que é manjado, o sprint de Edenilson, que, por óbvio, não funcionou.

As declarações de antes do jogo eram alvissareiras, mas não passavam de palavras. Mais posse de bola jogando fora, mais proposição de jogo, mas com quatro volantes. Lembra Cazuza: “tuas palavras não correspondem aos fatos”. E dá-lhe recuar mais.

Ainda seguramos o primeiro tempo, e, de novo, o maldito intervalo, que faz com que o Inter volte em estado letárgico, lento, avoado, quase abobado, efeito das palavras do treinador no meio tempo. Já defendo que os jogadores não saiam do gramado no intervalo, talvez tenhamos mais chances.

O retorno foi replay de outros jogos, com o Inter novamente amassado, esperando uma corrida de Edenilson, e Patrick cometendo pênalti. O toque é claro, não sei se para tanto, mas se o pênalti em Guerrero, contra o Fla, deveria ser marcado, esse também. Contudo, o principal fato é que Patrick tinha a bola nos pés, e se atrapalhou com ela, novamente, só que dentro da área, onde não deveria estar caso o time tivesse uma postura de querer ganhar o jogo.

Aí veio a substituição explicada pelas dores no púbis, mas o ingresso de Neilton só era justificado caso D’Ae não pudesse jogar, e depois entra D’Ale, mostrando uma firmeza conceitual do treinador, que antes iria de Bruno Silva para ganhar o meio campo.

Até não teria nada contra o ingresso de D’Ale, mas sair Nico é outra excrecência que mostra o quanto nosso treinador queria ganhar o jogo. Neilton, com Nico, não ficou grudado na ponta esquerda, e o time até que tentou atacar. Com D’Ale, aproximação zero novamente, cada um na sua, e nada de gol.

Independentemente dos jogadores, o Inter precisa entender, enquanto clube, que não fará gols sem gente na área, e se não chutar. Como não tem, regularmente, nenhuma hipótese, nem outra, exceto em bolas paradas, não teremos gols, a não ser nos lampejos como no primeiro gol, e, é claro, nas jogadas de contra-ataque, se tivermos, pelo menos, dois jogadores rápidos no ataque, o que não temos.

Então é a velha novela de novo, em horários diferentes

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