O Rei Está Nu!
Alguém mais já se perguntou o que difere um profissional de um amador? Qual a diferença entre alguém que exerce uma atividade por amor, hobby, afinidade… ou uma pessoa que é remunerada pra exercer uma profissão? Imagino que, a maioria, deve pensar como eu que a primeira diferença é a qualidade do que é entregue, seja ele um atleta, um artista ou uma profissão mais clássica como engenheiro, médico ou advogado.
Continuando essa minha imaginação, acredito que a maioria concorda que num segundo momento é o grau de envolvimento, comprometimento e o tempo despendido com a atividade profissional. Por fim, mas não menos importante e, também, o mais óbvio, é tirar seu sustento da atividade: ganhar dinheiro com o que faz. No meu entendimento e, no da maioria, eu acredito que seja essa a ordem decrescente de importância: ter capacidade, comprometimento e, por isso, ganhar dinheiro com o que faz. Nessa lógica, um fator estranho a isso seria a sorte, ela não iria definir se tu seguiria a carreira ou não – pelo menos na maioria dos casos – mas, sim, o quanto ganharia e onde exerceria tua profissão.
Isso exposto, eu abandono essa linha de raciocínio para retomar logo em seguida, porque uma imagem que recebi no meu celular me fez pensar: a suposta nova camisa do INTER. E ela me fez viajar até 1913 e me jogou em Nova York. Muito provavelmente vocês não gostem, não acompanhem e nem saiba como funciona um jogo de Baseball. Mais provável ainda é que vocês não façam nem ideia, sem usar o google, de quem são Babe Ruth, Lou Gehrig, Joe DiMaggio ou Derek Jeter… MAS, é muito pouco provável que vocês nunca tenham visto:
O “escudo” a camisa e o boné dos Yankees, é bem provável que seus olhos tenham esbarrado por algum filme, série, reportagem ou, até mesmo, alguém usando pela rua sem saber muito ao certo a origem. O padrão de cores e formas do uniforme do time dos Yankees, do qual sou fã confesso, se mantém o mesmo a quase 100 anos!
Ou estejamos em 2018:
O padrão do Uniforme é o mesmo. Se pegássemos algum jogador de hoje e colocássemos no banco de reservas dos anos 70, dificilmente seria tratado como estranho pelos colegas de time. Agora, se fosse um time de futebol… a cada ano tem uma forma diferente no uniforme. Não falo nem de mudança no corte e evolução técnica dos materiais. falo basicamente do padrão de cores! Honestamente eu acho isso burrice. Eu não teria nenhum eufemismo pra incompetência. Ressalva eu faço para quem teve a feliz ideia de permitir estampar no mesmo padrão os logos dos patrocinadores, apenas escritas em branco no uniforme vermelho ou em vermelho no uniforme branco. Parabéns! E deve ter sido alguém que negociou em conjunto com o Grêmio, porque os dois são os únicos que seguem esse padrão e tem quase sempre, em sua maior parte, os mesmos patrocinadores. Enquanto você quer espancar o coleguinha do time adversário, os dirigentes e jogadores negociam em conjunto, fazem churrasco juntos e, se bobear, alguns até dividem a mesma mulher…
Mas, voltando a identidade do clube, pra mim, o uniforme mais bonito que o INTER teve em eras modernas foi o aquele usado no mundial de 2010. O mazembado, se não fosse a incompetência do Celso Roth capaz de perder uma semi-final de mundial com Leandro Damião, Giuliano, Andrezinho e Oscar no auge de suas formas e no Banco, sem contar o grande Pato Albbodanzieri – único jogador em todo o mundo, vivo ou morto, capaz de reverter um pênalti marcado contra seu time em plena taça Libertadores, que cedeu lugar a um goleiro que todo mundo dizia que ia entregar e não decepcionou! Possivelmente se não fosse por isso, esse fardamento teria uma camisa que traria boas impressões. Ainda mais que o tocaio da Itália, aquela época, não andava grandes coisas… Mas, isso são já são sinais de divagação e devaneios…
Talvez, não por acaso, por ela remeter a fase mais gloriosa do clube, os anos 70 e por ter um corte elegante que fica bem seja vestindo o craque da pelada quanto aquele pai de família que não joga futebol ou pratica esporte desde a época que o INTER era tri-campeão brasileiro… Opa! pera…
Sinceramente, tanto dirigentes que aprovam quando os “profissionais” das empresas de material esportivo, são burros, ou incompetentes, ou os dois. Eles estão a décadas no meio e ainda não entenderam o seu mercado. O uniforme padrão do clube não poderia ser ofendido como algumas empresas fazem. Não duvido que algum dia alguém sugiram, se é que já não foi aventada a ideia, do INTER ter um uniforme azul. Nada contra o Grêmio, oponente do qual nos dá mais alegria vencer, mas um clube esportivo tem de ter sua identidade muito bem definida porque é um ponto de convergência e paixão de distintos pontos de vista. No meu pífio entendimento o que eles querem fazer é gerar vendas com um modelo de camisa nova a cada ano. Mas não entenderam três coisas: somos pobretões, mãos de vaca e, as vezes, nos sentimos ultrajados com as ideias estéticas experimentadas no uniforme do clube. Nossas cores são vermelho e branco. As camisas oficiais tem de ser ou vermelhas, ou brancas. Fim! Parece tão simples…
E a ideia das camisas novas poderiam ser potencializada. Vocês lembram das séries especiais lançadas pela Reebok? tinham algumas pavorosas como aquela que dava para sair direto do estádio e ir trabalhar do McDonald’s – a dourada, a outra listrada… Mas, tinham umas especiais, muito bacanas como a linha retrô e as casuais. Foi a fase da minha vida que eu mais comprei camisas do INTER. Sendo mais honesto e franco com vocês: foi a única fase da minha vida em que eu comprei a primeira e diversas outras camisas oficiais de jogo do INTER. Quando chegou a Nike… bem, vocês sabem o que aconteceu quando chegou a Nike, a relação com o uniforme nunca mais foi a mesma.
O que difere um profissional de um amador? A resposta natural seria talento e capacidade… Em algumas fases do nosso clube os fatos apontam para outras respostas: sorte, empresário, quem se conhece… isso é uma pena!
Por essas e outras, senhoras e senhores profissionais do marketing do INTER e empresas parceiras, assistam o vídeo abaixo e aprendam com os amadores o que esperamos: um trabalho bem feito! Ser cativado!