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Fernandeus! Um homem que sabia o que era ter propósito.

Domingo foi chuvoso e frio aqui na cidade que moro. Úmido. Aquele dia cinza que não se sabe diferenciar se ao longe avistamos garoa ou neblina. Domingo sem jogos do INTER tem sido uma bênção, pois sempre preferi os campeonatos jogados aos sábados e a narração do Silvio Luiz veio de brinde – jogos com transmissão muito mais leve (exceto pela escassez de futebol). Pena a RedeTV não ter um aplicativo que transmita ao vivo e terem saído da grade das TVs fechadas, ao passo que os canais do YouTube que o fazem são mais caçados que mosca em bolicho de campanha… um pena!

Nem tem me interessado saber muito do Campeonato Brasileiro da série A. Acompanho com a mesma atenção que dispensava a série B quando ainda éramos imaculados. Pra ajudar, ainda, a certa altura da tarde faltou luz. Não reclamo, pois foi muito melhor estar no banheiro na hora do blackout do que no elevador do prédio, por exemplo.

Nisso puxo meu tablet pra ver um filme e… o filme que eu havia baixado na Netlix não estava mais com permissão de ser visto offline (Mercenários 3, caso queiram saber).

As vezes o destino nos ronda, cerca e vai lentamente nos encaminhando para que façamos o que ele quer… E a gente vai resistindo! Assim, pego um livro para ler, mas não acho um canto com iluminação decente para o serviço. Desisto! Cato o celular em algum lugar da casa. Bateria? ok! 3G? ok! E começo a rolar o feed do facebook até que um título em uma manchete “chama clique” consegue seu objetivo comigo:

Mark Zuckerberg ”se forma” em Harvard 14 anos depois e discursa aos formandos

O dono do facebook fez um belo e longo discurso cujo tema central não está em vitórias, mas, sim, em criar propósito e ter conquistas reais. Mostra que o sentido e a felicidade está em pertencer a algo maior do que nós mesmos. Que as conquistas não são metas batidas, mas são vitórias que vão sendo conquistadas e construídas passo a passo, mesmo que a gente não perceba sempre estar nesse rumo.

Propósito… Algo maior que nós mesmos… A expressão de uma coletividade!

Viajei em primeira classe a bordo das palavras de um dos nerds mais famosos e, certamente, um dos mais ricos do mundo.

Propósito…

“Senhor Presidente, estou ajudando a levar o homem a lua.” Disse um zelador na NASA durante o projeto espacial ao então presidente Kennedy, com a vassoura em punhos, quando da visita do homem mais poderoso da América do Norte naquela época.

– Estou ajudando esse time a chegar em Yokohama pra ganhar do Barcelona na final do mundial de clubes! Eu poderia afirmar a quem me perguntasse e de peito estufado lá por meados de 2005/06… e outros tantos de nós poderia dizer isso, quando nos associamos ao clube. Mas não éramos tão loucos.O Barcelona era o então melhor time do mundo e nós a pouco tempo havíamos escapado de um rebaixamento.

Porém, naquele time sentíamos participar de uma coisa maior do que nós mesmos. Aquele time transpirava propósito. Fomos roubados. Reagimos! E nos roubaram de novo… Mas nunca o término significava o fim. Ganhamos uma libertadores com um time que a gente teria dúvida se seria capaz de ganhar o campeonato gaúcho. Incrível!

Cada um pode ter seu motivo particular para ter se associado. Na época que me associei eu era presidente de um clube esportivo no interior e sabia na carne a importância das mensalidades que pingavam mensalmente para custear as despesas ordinárias do clube.

– “Preciso o time para o qual eu torço! Não tem como ter time competitivo se não temos certeza de poder quitar a conta de luz e honrar o ordenado, em dia, dos funcionários administrativos”. Esse era o meu propósito, e o time que eu torço, meu time favorito, virou MEU INTER.

E nisso, somando um, depois outro… e mais um. Fomos crescendo como clube e como time. Nos tornamos um dos maiores do mundo e números de sócios! E chegamos a ser o maior do mundo em conquistas. O Mundo era nosso! CAMPEÕES DO MUNDO! Não precisamos mais vender ases do celeiro! O céu é o limite, pensamos (e como pensamos ingenuamente quando estamos felizes e extasiados).

Campeão do Mundo

Deveríamos ter caído na realidade quando venderam o Alexandre Pato, ainda em formação, para usar parte do dinheiro contratando o Pinga. Deveríamos ter acordado! Mas seguimos acreditando que a mágica aconteceria novamente apenas nisso: num passe de mágica. Era apenas repetir as peças, os nomes e as mandingas.

Não perdemos tanto os poderes, pois um bom time conseguiu mais uma vez conquistar a libertadores. Deveríamos ter acordado quando Abbodanzieri deu lugar a Renan. Deveríamos ter reagido quando o time foi desmanchado. “Nosso propósito é uma história, um legado… não vinténs!”. Mas, silenciamos. Deveríamos ter escorraçado um treinador que perde semi-final de mundial deixando Damião, Oscar, Giuliano e Andrezinho no auge de suas formas física e técnica sentados no banco assistindo a tragédia. Deveríamos ter gritando tantas vezes… Mas os pequenos acerto no meio do mar de erros eram como coletes salva-vidas de nossos sonhos e de nosso desejo de propósito.

Deveríamos ter caído na realidade quando mandaram embora um técnico que leva um time que tem jogadores com salários atrasados a jogar a semi-final de uma Libertadores e perder basicamente por um jogador medíocre jogar fora todo o trabalho árduo. Nada fizemos amigos! Tomamos sapatada em cima de sapatada e fomos aguentando firmes! Derrotas, quase rebaixamentos, jogadores medíocres, técnicos contestáveis… sapatada em cima de sapatada! E fomos aguentando como quem ouve calado “torcedor torce, dirigente dirige”.

Chega!

Somos os donos de cada centímetro daquele espaço, mandamos cada moeda que cai em cada um dos bolsos de quem trabalha naquele clube. Exigimos respeito! Vocês são nossos empregados, não o contrário. Nunca esqueçam disso.

Senhores jogadores, senhores(as) da comissão técnica e Senhores(as) da diretoria, nosso propósito é participar de um INTER muito maior, de uma dimensão que o caráter de alguns de vocês não sabe medir e nem sequer consegue alcançar.

Ou todos tem isso, ou ninguém tem nada!

Ass: um dos patrões do Sport Club Internacional

 

 

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