Sobre o clube associativo

Buenas e me espalho, com a devida autorização do dono da coluna de segunda-feira.

O Mauro me deixou escrever aqui hoje porque ele, ao contrário de nós que estamos de cabeça cheia, não viu o jogo e nem pretende ver. Está de férias. Timing perfeito o dele. Se eu pudesse, “desveria” o jogo de ontem.

Agora. Sabemos que o estilo do Mauro é uma análise apurada do jogo e seus aspectos técnicos e táticos, se dirigindo para uma conclusão fina de toda a conjuntura. Eu não vou emular este estilo porque é dele e com certeza não ficaria tão bom no meu timbre. Então vamos na minha.

Eis que o Internacional resta na configuração de clube associativa, a forma mais tradicional de clubes hoje, onde supostamente quem controla o clube é uma diretora eleita pelos votos dos sócios, como funciona em qualquer sociedade de bairro, daquelas que tem um campo, uma quadra, e uma copa, e organizam bailes e jogo do bicho pra levantar uma grana.

Os sócios e os torcedores tem uma voz nesta configuração, porque são eles que mantém e torcem pelo clube. Não são empresas ou grupos botando uma grana, esperando retornar uma grana maior, como está na moda hoje.

Estou dando toda esta volta pra dizer o seguinte: esta diretoria que aí está foi eleita porque prometeu que o Internacional jogaria um futebol propositivo e que aproveitaria as categorias de base. E na prática isto é mentira.

E eles viraram as costas para a torcida. Eles não explicam e não ouvem a torcida que votou neles.

Nós estamos em 11° lugar no Brasileiro pura e simplesmente por causa do goleiro John. De nossos 22 pontos, estimo que uns 10 são da conta dele. E ele só é titular porque a torcida passou meses pedindo. Se dependesse do teimoso Menezes, ainda seria o Keiller. Lembram quando ele falou que iria fazer rodízio entre Keiller e John, e o John jogou um jogo, e o Keiller jogou um mês?

Até que a pressão explodiu e ele teve que dar o braço a torcer. E nesta batalha nós vencemos. Mas a guerra está feia pro nosso lado.

Mano Menezes é teimoso e arrogante. Ontem isto ficou claro na coletiva pós-jogo. Mano creditou a queda de rendimento no segundo tempo à saída do Aranguiz. Mas o Aranguiz chegou no time agora. Como ele pode fazer tanta diferença? Quer dizer, pra que treinador, se quando sai o titular, o time desanda? Ele realmente acredita nisto ou ele está subestimando a nossa inteligência?

Se tudo que ele pode fazer é torcer pelo Aranguiz, basta qualquer estagiário para entregar a súmula para a comissão de arbitragem e os coletes para os jogadore. Tanto faz se ele não sabe o que fazer.

O time não joga nada faz 7 meses. A culpa é dele. Isto é cristalino e não preciso entrar em detalhes porque todas as desculpas ruíram. Quem lê a coluna do Mauro tem repetidos argumentos sobre isso.

O que me entristece: a diretoria mantém ele. Talvez porque nenhum deles tenha noção nenhuma de futebol, e quando o Mano fala A, ninguém lá tem carteira ou tem culhão de falar B.

Não adianta fazer mil maravilhas no plano de sócios, reduzir a folha, trazer vários jogadores de seleção, e não saber que o problema está na casamata.

Desculpem o pessimismo do que eu vou escrever, eu não sou um pessimista nunca, mas, deste jeito, estamos eliminados da Libertadores. Com esta postura, com esta salada que o Mano faz todo jogo, não temos condições de sairmos vivos do Monumental. E mesmo que saiamos, nem no Beira Rio nós fazemos gol. É possível que sejamos eliminados sem fazer um gol.

A solução: como foi no caso Keiller-John, a diretoria poderia ouvir a torcida. Poderia mudar o treinador. O time é bom e vários jogadores estão entrosados. Qualquer treinador em quinze dias faz algo melhor para irmos vivos contra o River.

Infelizmente não vai acontecer, porque se for eliminado pelo River, a última cabeça a rolar é do Mano. Já demitiram preparador, gerente, diretor, e tudo mais. O departamento de futebol come na mão do Mano. Ele cai agora ou nunca mais. E isto vai nos custar outra eliminação, desta vez com o melhor time desde 2015.