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Darei uma pequena pausa no estudo da questão do público no Beira-Rio para contribuir com dois centavos sobre o momento do Internacional. Estou furando a fila e postando na sexta-feira, para manter a coluna de quarta-feira temática.

Não estou com uma capacidade de articulação muito boa, então me darei a liberdade de lançar as opiniões aqui quase como aforismas, ou em termos mais modernos, quase como uma série de tuítes.

Percebam que as considerações abaixo não são excludentes, ou seja, se eu critico o time, não é para eximir o treinador, ou vice-versa. Tem culpa sobrando pra todo mundo.

Aos trancos e barrancos o time vem demonstrando alguns tempos interessantes, que dão esperança pro torcedor. Mas estes tempos são intercalados com blecautes generalizados que fazem com que o torcedor se irrite, e com muita razão. É louvável como boa parte da torcida continua vibrante com o time.

Por exemplo, fizemos um jogo bem duvidável contra o Metropolitanos. E mesmo assim, o Beira-Rio lotou no domingo contra o Flamengo. Segundo exemplo, fizemos outro jogo muito duvidável contra o Goiás. Mesmo assim, haviam 37 mil pessoas no Beira-Rio em um dia de chuva, às 19 horas, e num clima de guerra, para a partida contra o Nacional.

Não temos um jogo completo de qualidade em 2023. Temos muito jogadores que estão devendo pra caramba. O Wanderson, apesar de ser o garçom do time, não faz gols. O Pedro Henrique, tendo sido artilheiro do Gauchão, não brilha mais. Coincidência ou não, desde que renovou o contrato com aumento.

O Keiller simplesmente não é igual ao do ano passado. O Vitão também parece que está muito exausto ou desconcentrado. Nossa defesa é vazada em basicamente todos os jogos.

Luiz Adriano não desembarcou. Acho uma pena. Sei que é um jogador muito técnico. Mas se a técnica não está em dia, ele poderia pelo menos demonstrar indignação, mas não acontece. Parece deslocado da Terra.

O Bustos antes da lesão já estava mal. Voltou contra o Goiás sem saber como ataca ou defende. Ontem entrou e não ajudou em nada. Claro que tem o ritmo de jogo, mas, de novo, ele já não estava bem antes.

Este problema da defesa ser vazada em todos os jogos está relacionado com a falta de proteção da linha de defesa. Não temos volantes.

O Gustavo Campanharo fez um jogaço contra o Flamengo. Contra o Goiás e ontem já parecia sem perna. Achei que ele tinha vindo com ritmo de jogo. No primeiro lance ontem tomou amarelo e passou o resto do jogo só cercando, até ser substituído sem condições físicas. Ou seja, ainda não resolvemos o problema da volância.

E esta falta de volante, especialmente do primeiro volante, destrói também a fase ofensiva do time. Ninguém pisa no meio círculo, pede a bola pro zagueiro, e faz o primeiro passe. Hoje em dia, isso é mister no futebol. Por isso estamos tão dependentes do Alan Patrick. Basicamente ele é o único jogador de meio campo, e precisa fazer as vezes de operário e craque.

Pois bem, eu acredito que quando tantos jogadores estão mal ao mesmo tempo, não é problema de um ou outro. É problema do time. E especialmente problema do treinador. Tem alguma coisa muito errada no trabalho do Mano Menezes.

Discordo de quem afirma que o nosso time não tem qualidade. Para mim este é o melhor elenco do Internacional desde 2015. Na verdade, é melhor que o time de 2015, porque a defesa é mais completa. Em 2015, tínhamos o Fabrício (depois Geferson) e o zagueiro era o Alan Costa.

Para amarrar esta opinião, eu não posso esquecer que este time foi vice-campeão ano passado. Basicamente o mesmo time. Por que não repete a performance? É tão difícil assim de manter o time? Lembro que o Mano afirmava com todas as letras que era uma virtude a manutenção do time. De repente virou um problema?

Digamos que não fosse o mesmo time do ano passado. Mesmo sem preparo, este time não seria suficiente para ganhar dos adversários no Gauchão? De passar voando pelo CSA?

A campanha do Mano este ano: oito vitórias, oito empates, duas derrotas. A temporada só vai ficar mais difícil. Temos dezesseis clubes de série A ainda para enfrentar (já pegamos três no Brasileiro e o Grêmio no Gaúcho). A barbada passou e este é o retrospecto. Eu acho que deveríamos ter ganho mais jogos mesmo sem primeiro, nem segundo, nem terceiro volante.

Ontem o Metropolitanos perdeu de 4×1 para o Medellín. E nós ganhamos de 1×0 no Beira-Rio, no último minuto. Está certo isso?

Independente dos jogadores estarem mal, é muito pouco, considerando o todo. E isto é culpa do treinador.

E o Mano é muito, muito, teimoso. Ele não dá chances para o Lucca, mesmo o guri tendo nos salvado nos três jogos da Libertadores. Ele não tira o Keiller do gol, mesmo ele tendo quase nos eliminado contra o CSA. Ele não bota o Matheus Dias, mesmo ele conectando os passes que Johnny e Baralhas não conseguem.

Ele é um alemão teimoso que quer ganhar do jeito dele, mesmo que isso envolva perder e ser eliminado.

Então chegamos na direção. Se eles tivessem se preparado melhor, se tivessem trazido pelo menos um jogador bom este ano, ou se ao menos se comunicassem melhor com a torcida, a pressão estaria toda no Mano. E eles poderiam demitir ele num momento desses.

Mas eu acredito que não podem mais. Perderam esta cartada, porque o Mano tem mais crédito na praça que a direção. A direção não fala nada sobre assunto nenhum. E por isso agora eles vão morrer abraçados.

Eu espero muito que estejamos fechados com Valencia e Cuellar. E a vinda do Aranguiz é muito boa. Mérito deles. Mas isso pode ser tarde demais.

Eu dou parabéns para a direção, porque em três anos eles conseguiram montar o melhor time do Internacional desde 2015, como eu falei antes. E o melhor: sem loucuras. Sem aumentar a dívida astronômica do clube. Porém, este time pode morrer na mão de um jóquei que vai chegar em julho sem nada por disputar.

Só nos resta rezar para o Mano parar de ser teimoso. Não tem ninguém lá dentro que possa dividir as escolhas técnicas com ele. O último cara com carteira pesada para falar com o Mano era o Autuori, e parece que desde que ele saiu, as coisas perderam o prumo.

O mês de maio será uma maratona de jogos, e podemos termina-lo sem condições de avançar na Libertadores, e/ou eliminados da Copa do Brasil. Neste caso, por meados do mês, eu não pouparia ninguém no Brasileiro. Temos a oportunidade de sair da fila, se não tropeçarmos em jogos simples, como normalmente fazemos.

Mais uma falha da direção: o planejamento do futebol para as competições simultâneas. Por que força máxima no Gauchão? Pior, força máxima e cair na semifinal. Não temos como confiar no Lucca, no Matheus Dias, Estevão, nem ninguém. Nosso banco tem cinco ou seis jogadores para três torneios, especialmente porque não experimentamos nada nos primeiros três meses, e agora a corda está esticada.

Me alonguei. São muitas coisas erradas. E não vamos demitir o Mano. Na verdade, eu tenho até medo desta hipótese, porque acho que o mercado está pior servido de treinadores que manter o alemão murrinha.

O que fazer? Torcer. Participar. Temos um time bom sim, não caiam nesta que é fraco. Poderia estar jogando muito melhor. E esperamos que esse muito melhor apareça logo. Pelo menos com tempo de ganharmos um dos três torneios.

Se não aparecer, a direção não se reelege. Volta o MIG, as maracutaias com empresários, entramos para a tal LIBRA, que vai nos diminuir durante cinquenta anos, e só Deus sabe que fim vai dar. Mas está nas mãos da atual direção, e pode escorrer pelos dedos. Espero que não. Quero ir pra Goethe e quero encher a cara, se me permitem.

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