Meus dois centavos sobre o careca
A comunidade bviana já dissecou a queda do careca e nossos próximos passos, de maneira que eu posso acabar sendo repetitivo aqui. Então serei curto para não aborrecer e mesmo assim entrar na roda, se me permitem.
Primeiro centavo:
Possivelmente quando Ramírez foi convidado para assumir, ele deve ter sido avisado como seria treinar um time do tamanho do Internacional. Mas entre ouvir alguém falar e sentir o repuxo tem um mar no meio. Com a notícia de que o clube está atrás de um “coordenador técnico” só agora, está bem óbvio que a direção não favoreceu a ambientação do trabalho e construiu-se um muro cultural entre uma comissão técnica pardal hispano hablante e os jogadores no vestiário. Uma pessoa que estivesse entre os jogadores e pudesse dispersar a fofoca teria sido essencial pra que o time em campo não se arrastasse e, mesmo perdendo, talvez não passasse tanta vergonha como foi quinta-feira. Agora com o técnico novo, se ele for “da aldeia”, talvez a função não seja tão necessária assim. A direção errou demais em querer inventar a roda sem o sistema de suspensão.
Segundo centavo:
Perdemos três meses com o Ramírez. Gostando dele ou não (acho que neste último mês ninguém gostava mais muito dele), é frustrante ver que ele chegou, não como protagonista, mas sim como agente de um “projeto”, uma nova forma de pensar o futebol do Internacional, e que em cem dias o seu trabalho foi cancelado. Resta saber se foi cancelada a participação dele ou toda a ideia, coisa que será melhor respondida quando chegar o novo técnico. Minha impressão é que, caso o técnico novo seja muito diferente, aí a direção assume que não sabia o que estava fazendo antes, ou não sabe o que está fazendo agora. Nosso ano será complicado de qualquer maneira.