Médias e tabelas
No último dia 25/01/23, no programa Bola nas Costas da Rádio Atlântida, o Lelê Bortolacci (pra mim o único cara aceitável em toda a RBS, por ser o único colorado que tenta representar os interesses do Internacional), convidou um dos jornalistas da empresa para apresentar alguns números referentes a média de público nos estádios da dupla Grenal.
Em 2022, o Internacional colocou 651.000 torcedores em 30 jogos no Beira-Rio. A média de torcedores pagantes nestes 30 jogos foi de 20.560 torcedores. A taxa de ocupação (percentual da capacidade ocupada do estádio) foi de 42,70%.
Por sua vez, o Grêmio levou 592.000 torcedores em 27 jogos na Arena OAS. A média de torcedores pagantes foi de 20.574 torcedores. A taxa de ocupação dos pijamas durante o ano foi de 39,40%.
Sim, o Grêmio teve meros 14 torcedores a mais de média no seu estádio, tendo jogado a Série B, trazendo o Renato, fazendo “finais” contra times como Cruzeiro e Vasco (além da final do Gauchão), tendo ingresso mais barato por jogar a Série B, etc. E teve uma taxa de ocupação menor, ou seja, mantém seu estádio mais vazio que o Internacional durante o ano. Além disso, eles tiveram o menor público de todo ano (3 mil torcedores contra o Caxias na abertura do Gauchão).
Só para ter noção, o nosso menor público foi contra o Independiente Medellín, naquele dia que a Defesa Civil alertou para um furacão no RS, orientou todos a não saírem de casa, e o jogo só foi confirmado mais ou menos uma hora antes de começar. Naquele dia colocamos 4 mil torcedores.
Além disso, outro dado que trouxeram foi que nos últimos vinte anos, nem Internacional nem Grêmio tiveram uma média de público maior que 25 mil torcedores em seus estádios. Ou seja, tudo dentro de uma normalidade pequena.
Ou seja, não, o Grêmio não tem uma torcida maior que a do Internacional, como eles gostam de bradar. Pelo menos em seu estádio, isso não aparece. E é no estádio que isto importa, porque é dentro de campo que se vencem os jogos.
À parte estes dados, que nos favorecem de certa maneira, convenhamos que 42,70% é uma taxa de ocupação muito baixa. Eu gostaria que o Internacional pudesse fixar como meta uma taxa de ocupação de 60% do estádio durante o ano.
É claro que isso também envolve o time jogar bem, avançar nos torneios, fazer boas campanhas no Brasileirão, e etc. Mas tem um elemento daqueles jogos normais, aqueles que o torcedor “turista” pode querer ir simplesmente para ir passear, que é bem mal trabalhado. O Beira-Rio poderia encher muito mais. 48 mil pessoas (a capacidade do estádio) é literalmente 1% da projeção do tamanho da torcida do clube (4 milhões de pessoas no RS).
Sem contar a capacidade total do estádio, considerando que tem uma parte que a Brio administra (que está quase sempre vazia e é caríssima), pelo menos a parte livre poderia receber uma ação para encher mais, especialmente voltada para o não sócio, já que, como bem colocado pelo Christian na semana passada, o modelo de sócios do Internacional está meio falido.
Por exemplo, o ingresso para não sócio, para assistir o jogo contra o São Luiz, um time fraquíssimo, depois de dois empates, estava incríveis 80 reais. Impossível passear no Beira Rio. E o público pagante: 9.521.
Pois bem, olhando para 2023 e o Estadual, o Internacional jogou muito bem esta última partida, com controle total, mas mesmo assim não acho que a nossa média vai melhorar, por um fator externo a fraca gestão de estádio do clube: a FGF marcou todos os jogos restantes da fase de grupos do Gauchão do Beira-Rio durante a semana. Ou seja, só os porto-alegrenses, e só os mais dispostos, irão frequentar estes jogos.
A menos que a diretoria se movimente e faça uma ação que valha muito a pena para os consulados fretarem ônibus e o time continue atropelando.
A minha primeira tese nesta investigação, que espero que dure o ano todo, é que o Internacional ficou no meio termo entre voltar suas ações aos sócios e não fazer ação nenhuma. O não-sócio (que também é o Povo do Clube do Povo) não consegue ir no estádio e não pode ajudar a aumentar a média, o que não faz sentido, pensando que o sócio, mesmo estimulado (dentro do que se faz, não do que se poderia fazer) não enche o estádio.
Enfim, acredito que a nossa média irá continuar baixa no Gauchão (com os dois jogos atuais, está em 14.588). E infelizmente não aparenta nenhuma ação que possa melhorar esta situação. Continuarei acompanhando.