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Caros leitores do Blog Vermelho,

Com muita alegria anuncio que estou voltando a escrever no BV. É minha segunda passagem por aqui, depois de ter sido colunista há mais ou menos dez anos. Talvez os mais veteranos do site lembrem.

Para os que não me conhecem ou não se lembram, meu nome é Victor, sou de Novo Hamburgo, colorado desde antes de saber falar, curtido pelo massacre da Bombonera e um ano depois pelo Brasileirão roubado, quando ainda era uma criança entusiasmada. Pela graça do destino fui agraciado, junto a todos, com uma recompensa instantânea, o topo do mundo. Sempre li muito, e acompanhava o Internacional por jornais, pelas cotações dos atletas, as escalações e as notícias, e esse interesse, em tempos de internet, me arrastou para os blogs, onde eu conheci o BV, passei a acompanhá-lo e eventualmente, em um concurso aberto pelo Louis lá em 2010 ou 2011, tive a oportunidade de escrever no site por um ano. Depois de algum tempo fora, apenas lendo o site, recebi a chance de voltar a compartilhar ideias com vocês por aqui.

Em minha primeira coluna, gostaria de discorrer um pouco sobre o que está acontecendo com o Internacional agora, tentando não ser repetitivo, porque os colegas já falaram muito bem sobre nosso passeio contra o (agora vice) líder, e o feitiço que ocorre quando o destino de Abel Braga e nosso clube se cruzam.

Fui contrário à contratação de Abel. Não por causa dele, mas pela atitude da direção na época, por usarem seu nome e sua reputação como um escudo para que a fachada (já arrebentada) da chapa Medeiros não fosse ainda mais vandalizada. Abel aterrisou com a missão de não deixar a peteca cair e nos manter em três competições em alto nível.

Claro que não deu bem certo, caímos nas duas copas, mas as melancias se ajeitaram no caminhão e reencontramos a confiança. No início eu estava meio incomodado, porque jogávamos como com Odair (que nunca me agradou), mas a partir dos últimos dois jogos, deu pra ver que o Abel está inserindo sua marca, e que conta com um jogador que o Odair não tinha: Praxedes, que joga de frente para o gol adversário, distribui a bola com tranquilidade, e libera o Edenilson para atacar os espaços com a sua natural qualidade. Nossa meia cancha é a melhor desde 2010, especialmente porque depois disso passamos a jogar no horroroso 4-2-3-1 sem meio campo, o que matou nosso futebol.

O Internacional está pegando o melhor do Odair (defende bem) e o melhor do Coudet (ataca bem e ataca rápido). Abel é a síntese que precisávamos na casamata. E mais que isso: Abel transforma o Internacional espiritualmente, além das quatro linhas. Estas coisas que estão dando certo não são tão naturais quanto parecem. Em outras épocas, tudo já teria dado errado, como parecia que ia dar na chegada do Abel.

Nossa geração de jovens é a melhor em muito tempo e eles estão entrando em campo, a volta do Dourado me faz lembrar o que é proteção à defesa e nunca mais querer ver o Lindoso com a camisa do Internacional, e o único jogador que o clube gastou dinheiro pra trazer ano passado vem roubando a cena (Yuri Alberto).

Volto a botar os pés no chão: nossa tabela, entre os postulantes ao título, é a que menos credencia à taça. O Flamengo, vencendo seus jogos, é campeão, independente do que fizermos. O Grêmio joga contra todos do G6 (empatou no meio da semana, é verdade), pode ganhar os confrontos diretos restantes e arrancar. Muitos pontos ainda estão em disputa, especialmente com as variações que o covid está gerando no campeonato e pode gerar no nosso time.

Para encerrar a minha reestreia, faço um pedido: aproveitemos o momento. Alinhar as estrelas, desta maneira, não acontece duas vezes seguidas. Esta síntese que Abel trouxe, da maneira que veio, e tudo que ele representa para o Internacional, é especial demais. Ganhando ou não o Brasileiro, com todas as dificuldades a seguir, seria a cereja do bolo, mas que, apesar da empolgação, ainda está há cinco vitórias de distância, e vários confrontos diretos.

Amanhã pegaremos um Grêmio em decadência, um time chato de jogar, que parece não ter força para ganhar, mas que dificilmente perde. É o time que mais empatou no Brasil esta temporada. Ou seja, precisamos de confiança e de seriedade para vencê-los. Especialmente porque jogam muito melhor contra nós do que quando jogam com qualquer outro. O Renato sabe preparar seu time para o Grenal. Mas agora nós também temos alguém que sabe nos preparar, e por isso, aproveitemos.

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