Victor Wolff

Antes tava ruim, agora parece que piorou

4.4
(17)

É culpa de todo mundo: da direção nova incompetente, do técnico estagiário gringo que achou que estava no Winning Eleven, dos youtubers que apoiam qualquer coisa, do MIG, do Medeiros, do Coudet, do vestiário, do Giuliano, da lancheria que o Patrick frequenta, da mãe do Badanha e do azul do céu.

Eu concordo com todo mundo, tudo isso é verdade. Não quero mais brigar com opinadores deste sítio e de outros. Tantas certezas depois, destaco duas notícias:

O Internacional teve uma “derrota de Pirro” no ano passado: gastaram até a última ficha do cassino para perder tudo na última roleta. O clube está muito quebrado. Quase irreparavelmente quebrado. Tão quebrado que na matéria o jornalista fala “a boa notícia é que outros clubes estão em situação pior”. Essa é a nossa boa notícia.

A segunda notícia é a de que o elenco está “fragilizado”. O comentário que eu tive ao ler a notícia deve ter sido o mesmo de vários: “fragilizado estou eu, eles ganham fortunas” e tal. E me sinto na razão de cobrar mais destes chinelos. Mas também é verdade que não houve pré-temporada este ano, e nosso grupo tem um gap grande entre jogadores na fase descendente da carreira e jogadores jovens demais para ter a fibra de empurrar o time para a frente.

O que eu quero dizer com estas duas notícias é que não tem muito pra onde correr. Nosso time é ruim, não tão ruim quanto em outras vezes, temos boas peças, mas que quase nunca se encontram. Guerrero e Taison sequer estiveram relacionados nos mesmos jogos, por exemplo. A matéria fala em 20 jogadores em alta performance, menos que uma lista de relacionados.

O Aguirre sabe que está mal, tanto que nas coletivas não fala nada, só toma as porradas e sai. É uma luz amarela no Internacional. Espero muito que, como aconteceu com o Abel, ele encontre algum escape em um jogador novo (como foi com Caio Vidal) e faça uma campanha que nos mantenha na série A. É o nosso campeonato este ano.

Claro que a diretoria não irá admitir uma coisa dessas, para não colher ainda mais ódio da torcida, e alimentará uma esperança por qualquer coisa (alguém ainda tem?) que vai gerar um tombo maior ainda e mais indignação.

Neste momento, o que eu faria: como na Fórmula 1, quando o carro vai mal durante a temporada e o desespero bate, utiliza a tática conservadora, volta para o setup da primeira corrida. Neste caso, o setup do Odair, querido do verdadeiro técnico (Edenílson). E eu odiava o Odair. Mas é a solução mais simples para ficar na série A este ano, enquanto separa um grupo para pensar no que fazer ano que vem, aí sim, com reconfiguração do elenco (não renovação de contratos) e comissão técnica.

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