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Posso estar enganado, embora pense que não: chegamos na última grande encruzilhada deste campeonato brasileiro (ainda) de 2020. Uma vitória no jogo de hoje dirá se o Sport Club Internacional será dono do seu próprio destino no que tange a busca pelo inédito título na era dos pontos corridos, ou se teremos de sofrer ainda mais (pelas vitórias na bacia das almas já não é o bastante?) contando com tropeços e insucessos dos adversários que ainda se digladiam por nos alcançar. É claro que resultados como o de ontem, uma surpresa e tanto, são válidos. Mas estes povoam a ideia da “sorte de campeão” que, embora de fato possa existir, não deve ser testada e profanada assim, como se hereges fossemos. É bom contar com a sorte; o que não podemos e devemos é brincar com ela.

Ou seja, precisamos ganhar o jogo de hoje. É peça chave. Motivos para essa minha afirmação não faltam: primeiro que o hoje adversário nosso mais ferrenho pelo título perdeu quando jogou em Curitiba; manter uma distância segura de pontos, dada a tentativa de condicionamento da arbitragem e a força de parte da imprensa pra ajudar o “primo rico” é fundamental; ainda, o adversário de hoje está entalado em nossa garganta, quer por 2019 ou por ter sido o responsável por “abrir o portal da sorte” ao nossos maior rival; por fim, diria acerca dos tabus: embora tenhamos sido um dos primeiros times da ‘série A’ a vencer na arena da baixada, não repetimos isso desde 2014 (curiosamente, Abel era nosso treinador). Aliás, não vencemos lá depois do gramado sintético. Mas, como esta temporada, ou ao menos os últimos jogos, tem servido para romper tabus, que se faça a quebra de mais um. Hoje.

Óbvio que não serei eu aqui o maior dos otimistas a achar que vamos quebrar o recorde de vitórias consecutivas da história do campeonato brasileiro (são 11) com sobras. Se vencer todas chegaríamos a 14. Mas, sim, eu penso que podemos, no mínimo, igualar o feito do Guarani, lá do quase longínquo ano de 1978. Pelo menos igualar. Só que muito mais que pensar em tabus, é preciso o time do Internacional estar focado na vitória porque a bem da verdade agora é tudo ou nada. Veja-se que bastou ser real a chance de sermos campeões brasileiros para um frisson negativo se criar no centro do país. Afinal, quem deveria ser campeão era o Flamengo, ou um time paulista; talvez até o galo mineiro, se tolere. Mas não um gaúcho. Muito menos o Sport Club Internacional. Venhamos e convenhamos: gostam de nos copiar (vide os cantos da nossa torcida), porém não gostam da gente. Muitos, aliás, nos detestam.

É tudo ou nada, pois.

Encerro assim e explico a razão pela qual está Marcelo Lomba na imagem destaque. Sim, eu já disse e repeti por aqui que não acho que ele deveria ser titular. Mas foi ele responsável direto pela última vitória, embora o que acabou não repercutindo tanto dadas as outras circunstâncias do jogo. Disse o mesmo em coletiva, que está jogando com dores, mas que não é hora de pensar em si, mas no time. Em suma, posso até não gostar muito do Lomba, mas admito que neste momento o goleiro titular é ele e ponto final. Percebi na sua fala e no seu gesto que ele tá muito mais preocupado com a glória do que com si próprio. O time todo parece pensar do mesmo jeito.

E times assim costumam ser campeões.

Então, é tudo contigo Colorado. Só te pedimos a vitória hoje. Só te pedimos este campeonato.

Vamo Inter!

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