2.5
(27)

Vejam que hoje amanheceu um belo dia de outono, com passarinhos cantando em minha janela, sendo que a maioria aqui de nós sequer  se dera conta do fim do verão. A vida, pois, é assim: segue em frente e vai te empurrando, gostemos ou não. No futebol, nada como um dia após o outro para que tudo mude também. Não vai muito, defendi aqui o goleiro Daniel, sugerindo que ele merecia ao menos jogar com a defesa titular para ser alçado a condição de melhor ou pior goleiro do grupo. Foi um exemplo que serve para os demais, aliás: Leonardo Borges da Silva, lateral esquerdo, 20 anos, conhecido como Léo Borges, fez ontem sua melhor partida da temporada, quiçá com a camisa profissional do Internacional, jogando ao lado de jogadores com mais estofo, com um quarto zagueiro que lhe dera segurança. Por isso já é a solução para a posição? Não. Vai oscilar ainda, alternar boas e más atuações, mas entre insistir com o Léo ou pagar um caminhão de dinheiro no cavalo cansado aquele, qual seria sua decisão?

Ahhh, pois é.

Conseguimos enxergar, ontem, algo mais parecido de como Miguel Angel Ramirez gosta de dispor do seu time em campo. No primeiro tempo, a fórmula funcionou muito bem, em que pese a lentidão principalmente na saída de jogo. No segundo tempo o time acelerou e com isso acabou deixando espaços ao adversário, sem muitos sustos, é verdade – relevando a qualidade do Caxias que ainda é um time da série D. Denota-se que é a bola na maioria das vezes que procura o jogador e não o contrário; jogadores começam a compreender a nova realidade e sabem onde deverão estar sem ela; não estão limitados a posição, contudo, estando com la pelota nos pés (ainda que o respeito tático limita aventuras). Laterais são peças importantes no esquema, fechando pelo meio enquanto os pontas abrem pelos flancos. Em suma, tem seus riscos, mas se encaixar coloca a maioria dos times adversários na roda: não sabem como marcar ou passam a noite inteira correndo atrás.

Mas, vamos aos destaques da partida: MAR anunciou que daria cerca de dois jogos para cada um até se definir pelos titulares iniciais. Por isso, jogou Marcelo Lomba (espero que ao Daniel também seja ofertado a chance) que, com os pés parece que tem um repolho amarrado às chuteiras; não obstante, falhou bisonhamente no gol do Caxias, salvo pelo bandeira e é o rei do golpe de vista (antes que falem da defesa no final, a bola foi na sua direção – convenhamos). Concluo, pois: DEU! Na defesa, sejamos honestos, Zé Gabriel fez uma partida irretocável e, embora tenha lá minhas restrições a seus lançamentos sem destino, ainda enxergo chance de corrigir estas falhas e vir a ser um bom ativo; Lucas Ribeiro falhou em um lance no jogo todo, não deveria ter acontecido, mas é um zagueiro promissor e claramente o reserva de Cuesta; quanto a Heitor, inegavelmente é muito mais jogador que o atual titular, mas precisa se ajudar: não aguenta 90 minutos pois está fora de forma e tomou um cartão de graça mais uma vez.

Passando ao meio, Rodrigo Dourado é um camisa 5 raiz como poucos no Brasil. Dá os botes na hora certa, dificilmente enfeita jogadas, passa logo para o companheiro mais habilidoso à sua frente; mas, é lento, dificilmente arrisca passe longo e não tem cacoete para a distribuição de jogo, tal qual o novo esquema exige; pode ser titular? Sim, principalmente se tivermos um zagueiro que compense, por exemplo, indo a frente enquanto Dourado recua. Penso, todavia, que precisamos contratar um titular para a função, até mesmo em decorrência dos problemas físicos do Rodrigo. Taticamente, até acho que Nonato e Praxedes cumpriram seus papeis. Mas isso é muito pouco principalmente para o primeiro, dado tudo que se espera dele. Depois, Maurício, aquele que nunca joga, entrou e fez as duas assistências. Que coisa, não?

Por fim, do ataque não preciso falar, é onde o grupo sobra em qualidade. Edenilson também sobra, preciso admitir. S.O.B.R.A. E que golaço…

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