Sobreviveremos
Embebido ainda num pessimismo contagiante, ou no mínimo num ceticismo ortodoxo, tenho dificuldades de me desligar da realidade do Internacional no campeonato nacional em prol da copa Libertadores que hoje será retomada por nosotros. Primeiro que ainda me ressinto dos dois pontos perdidos contra um time ruim, na casa deles onde não vencemos há sabe lá Deus quanto tempo, com a chance de afundá-los de vez, ou, no mínimo, contribuir para tal; segundo que nossa campanha beira à fiasqueira, não vencemos em casa há mais de dois meses, e eu não consigo ver essa evolução tática e técnica que muitos querem enxergar. Receio que muitos jogadores estão no modo “tanto fez, tanto faz” e já vimos este filme antes e onde ele pode nos levar.
O jogo de hoje à noite não parece que será muito tranquilo, apesar do adversário cambaleante na primeira fase, agravado pela perda significativa de atletas, instabilidade financeira, além do afastamento do seu presidente eis que supostamente envolvido com apostas ilegais. Afirmo isso, pois, o que esperar do Internacional? O primeiro time que enfrentou e goleou o mesmo adversário ou já o segundo que ganhou, é bem verdade, mas na bacia das almas? O certo é que a involução técnica e tática do time é evidente. E não estou aqui defendendo o jogo de posição ou o treinador que iniciou a temporada, não, mas já passou dos 30 dias da sua efetiva saída e ainda não sabemos ao certo qual o time que vai adentrar em campo hoje à noite. Segundo o Aguirre, o mais próximo do seu time titular jogou no último sábado. Eu, só acredito vendo. Então, a ver.
Sobre o time de hoje, portanto, acho que era isso. Fica difícil criar muita perspectiva quando o Internacional ainda parece um amontoado em campo e não sabemos a rigor qual o estado anímico dos jogadores dentro da partida. O que se sabe é que vencer lá é de suma importância ou não também. Ganhamos recentemente um mata na Bahia e no jogo de volta conseguimos a façanha de perder e ser desclassificados. Ou seja, sendo o Inter até o imprevisível é muito possível. Mais que vencer lá, pois, é preciso voltar com a mentalidade de que há uma nova partida e que esta deva ser jogada como se não existisse a eventual primeira vitória.
Por fim, gostaria de publicizar meu ponto de vista na questão da provável saída de Edenilson. Entendo que a matéria tem adeptos de ambos os lados e sequer dentre os colunistas do BV resta unanimidade. Todos aqui já sabem o que vou dizer agora, afinal, Edenilson é parte dos jogadores da série b; afora que nem gauchão ganhou, teve episódio da final da Copa do Brasil em 2019 e algumas outras ao longo de suas cinco temporadas no Inter – fez corpo mole pra sair mais de uma vez.
Contrário do status que alguns querem dar, Edenilson não é ídolo nem aqui, nem em lugar nenhum; dificilmente o será, afinal, sempre fora coadjuvante. É um bom jogador, mas não é o craque que muitos andam apontando, por favor. Não é insubstituível. Fernandão foi embora e sobrevivemos; Iarley despachado pela porta dos fundos duas vezes (sim, o Iarley!), e sobrevivemos. E assim se dera com outros tantos nomes marcados na nossa história de glória e…sobrevivemos!
É sério mesmo que existe ‘mimimi’ com a saída do Edenilson? Isso diz pouco sobre o jogador, talvez o mesmo sobre o Clube, mas diz muito acerca do papel da torcida no contexto da falta de títulos. Desculpem-me, mas é isso. Isso e um pouco mais: tchau, Edenilson!