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Eu tive uns dois namoricos na mocidade. Com a licença poética do marcante Martinho da Vila, ‘com uma até certo tempo fiquei, com outra apenas um pouco me dei’. A primeira foi fogo e paixão e a segunda algumas labaredas, sim, mas também muita comodidade, principalmente.
Em ambos eu logo vi que não havia muita perspectiva no horizonte. O primeiro tinha data antecipada de começo, meio e fim. O segundo até que durou muito, mesmo com o prazo de validade vencido. Ao certo é que eu não enxergava futuro naqueles enroscos.
Aí conheci a Dona Marilene. Não hesitei em lhe cortejar logo de primeira vista, tendo sucessivas investidas ceifadas por sua ética, afinal, eu ainda era comprometido. Porém sabia que estava desposado à mulher errada. Busquei minha própria liberdade, mostrei isso à minha futura esposa e ganhei uma chance. Eu só precisava de uma mesmo. No segundo encontro eu sabia que era ela. Eu enxerguei nossa família no horizonte e não errei. É o grande amor da minha vida e eu sou grato por cada dia vivido ao seu lado.
Sim, no segundo encontro eu sabia que era ela a mulher certa.
Pois bem, o mesmo horizonte que não visualizava nos tais namoricos que experimentei, também não enxergo em Mano Menezes como técnico a longo prazo do Internacional. Relutei muito em abordar o tema aqui, desta forma, mas não há mais como protelar esta conversa.
Num ambiente de paixão como é o futebol, cujo amor mesmo é para poucos, qualquer afirmação minha pode soar como um mero devaneio alguns dias depois. Contudo, passados quase dois dias do último jogo e quase cem desde o início do ano corrente, temo não ser loucura o que vou afirmar: Mano Menezes não deve mais permanecer como treinador do Internacional.
Parece-me que mais uma vez, em igual época de anos anteriores, nos vemos numa imitada encruzilhada. A direção conseguiu fracassar da mesma forma, ainda que com nomes diferentes na condução do caminho do time, o que parece provar que se o comando do time uma vez mais parece desassistido, o comando do Clube no que compete ao futebol é uma nau à deriva. Logo o futebol, num clube de… futebol!
O problema da falta de horizonte para nós Colorados é que estamos caminhando perigosamente ao precipício da indiferença. E um relacionamento quando chega neste estágio é um passo em falso à separação. E se tem um amor que não se mede é o da nossa torcida pelo Inter. Todo o resto se vai, nós sempre ficamos. Ainda assim, todavia, a semeadura à indiferença vem ganhando brotos mesmo dentre os de fé, algo que jamais poderia ser sequer cogitado de se acontecer.
E se hoje o horizonte e a indiferença flertam em busca de uma relação de afastamento, é chegada a hora de quem tem a caneta garantir que o Internacional não perca aquele que jamais lhe teve por paixão; mas, sim, por amor.
Se o futuro é no mínimo duvidoso na perspectiva do treinador, é muito claro no que compete ao que realmente importa: não haverá horizonte ao Sport Club Internacional sem sua torcida. O povo fez e move o Inter. Somente ele. Somente nós.
É pela Torcida Colorada que o Inter vai seguir em frente.

 

CURTAS

– Antes o problema de Mano Menezes era a má leitura do jogo. Depois, parecia ser a escalação. Agora, temo que o trabalho diário já não mais contente o próprio Inter;
– Alguns jogadores de valor estão muito abaixo. E quando o problema é coletivo falta jockey;
– Carlos de Pena, que não começou mal, mas logo decaiu, agora foi ainda mais longe: passou a comprometer. É pena(!);
– Porém já disse e repito: a preparação física tem parcela grande de culpa também;
– Assim como levei fé em PH e não me enganei, estou com o mesmo sentimento com relação à Gustavo Campanharo;
– Mais um goleiro da casa sucumbe. A verdade é uma só: a exceção de 2010 (daquele jeito…), nossas grandes conquistas foram com goleiros forasteiros na meta: Manga, Benitez, Gato Fernandez, Clemer e até Lauro…;
– Se pode sim cogitar três atacantes. O que não se pode cogitar é seguir sem perspectiva alguma dentro de campo;
– Boatos da venda de Maurício. Não costumo me apegar a jogador se os pilas forem bons, que é o que parece. Contudo, sequer temos um meia no banco com ele campo. Que dirá sem;
– Boatos ainda mais fortes de que a diretoria ficou incomodada com as cobranças da imprensa quanto à atuação (mediana para medíocre) do time na estreia da libertadores. Como diria meu neto, vivem em Nárnia pelo visto.

 

PERGUNTINHA

Quer dizer que não pode se incomodar com o desempenho dos alecrins dourados?

 

54 anos do nosso Gigante da Beira Rio. Onde sempre fomos felizes, Nação Colorada!

PACHECO

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