4.8
(34)

Meus dias são quase sempre os mesmos ultimamente, afora o fato que ando pouco animado em ver o Colorado em campo. Por vezes vejo partes das partidas, noutras só o resultado; quando vale a pena busco a reprise, senão tão somente aqueles melhores momentos de minutos. Algo me tornou arredio ao Internacional e não é só o desempenho dentro de campo. Ora, já vivi outros tantos tempos que a coisa era muito pior que o que vemos hoje, ao ponto que agora ainda dá para ter alguma esperança, ainda que de forma mínima (e apesar do resultado do jogo de ontem).

Para não parecer que minha rotina é o saudosismo, por vezes tento não ficar pensando muito em como foi minha vida lá atrás. Mas como já referi aqui da relação de papai com o rádio, recordo que além do futebol ele parava para prestar atenção em lutas de boxe. Não à toa seja um esporte que tanto me encanta até hoje. Aquele velho rádio à válvula vez ou outra captava ondas de São Paulo e Rio de Janeiro, onde a vida acontecia de forma mais rápida e desenvolvida, e foi ali que ele passou a prestar atenção no tal “Galo de Ouro”. O maior pugilista da história deste país, ainda que não reconhecido como tal pela maioria.

O grande Eder Jofre, presente no hall da fama do boxe dos Estados Unidos, considerado o maior lutador de boxe da década de 1960, penso que igualmente se resignava da pouca afeição do povo brasileiro às suas glórias. Não bastasse o reconhecimento raso da sociedade aos seus feitos, ainda foi morrer justamente num dia de eleições gerais, com o foco do povo voltado pra isso, ainda que o mundo siga girando independente do resultado.

Enfim, faleceu o galo Eder Jofre, um dos maiores atletas da história do Brasil e pelo qual meu pai se permitiu esboçar alguns sorrisos, ainda que na chiadeira do seu velho rádio e na disputa com os jogos do Sport Club Internacional, vez ou outra. Corre uma história que Eder teria prometido ao seu pai e treinador, Kid Jofre, nunca deixar a luta chegar na contagem dos 10 segundos. Promessa essa cumprida! E a lenda deve ser verdadeira, pois o filme que conta sua vida (e que pouco destaque me parece ter recebido à época) traz no título uma referência a isso: “Dez segundos para vencer”.

O Galo era galo!

Pois chegamos neste ponto da temporada restando dez pontos para vencer. É a diferença que precisamos tirar do principal oponente. Se vamos chegar ao cabo do campeonato em condições de levar o cinturão para casa eu até não sei, mas Jofre foi azarão mais de uma vez e levou na força do punho. Parou, voltou e foi campeão de novo.

Se pode faltar futebol e talento ao Internacional, um pouco de raça nesta reta final, quem sabe, supere a lógica?

Dez pontos para vencer e mais uns rounds podem ser nada para quem já aprendeu a beijar a lona e levantou ainda mais forte. O gongo, afinal, ainda não soou pela última vez.

 

CURTAS          

– Urubu otário, vai no Maraca só pra ver gol… de ninguém! Mas as vezes o placar em branco até que é um bom resultado, tipo o de ontem. Só não dá para se acostumar a gostar somente do mínimo;

– Mano Menezes, repiso, nunca foi meu sonho. Mas tem apresentado um trabalho com certa dignidade;

– O que nos mata é os pontos que deixamos pelo caminho dentro do Gigante;

– Tirem o Keiller do time e faremos nossa própria revolução farroupilha;

– Com o futebol desempenhado pelo Vitão, não é só o tio da soja que vai querer investir, mas toda a cadeia alimentar. Com o que joga o rapaz é lucro fácil;

– Aliás, com as bênçãos de Don Elías: “A grande área é a minha casa, aqui só entra quem eu quero”;

– Ter empatia é propósito de vida. Minha solidariedade ao Taison e familiares. Igualmente ao nosso Gabriel Ruf Ruf, dada a sua desalentada lesão;

– Autuori veio, não esquentou banco e já se foi. Aí a culpa da vida curta dos treinadores no futebol brasileiro é da mãe do badanha;

– Liziero meio que estreou como volante, ontem. Mosquito metido na fogueira saiu inteiro. Romero ainda não desembarcou… logo, fará o gol do título;

– Inter remendou os tarecos, colocou um time em campo e mais uma vez não deixou o outro time se criar no Maracanã. É… o vice já é uma realidade!

 

PERGUNTINHA

Só eu que ainda não ouvi o soar do gongo?

 

Mais um round, Nação Colorada!

PACHECO

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