Caindo na real
Análises táticas e técnicas sobre o último jogo foram importantes ao menos para este que vos escreve que, há mais de um mês, nega-se a assistir os jogos do Sport Club Internacional; limito-me a acompanhar, depois, o replay da madrugada, coisa, aliás, que sequer fiz neste último, afinal, jogo com placar em branco dificilmente apresenta algo de útil que se possa aproveitar para o próximo jogo. Tanto por isso, a leitura me foi útil para entender o que aconteceu e o que não aconteceu.
Permiti-me, ademais, concluir que o jogo do último domingo serviu para que a torcida caia na real e entenda, de uma vez por todas, o que o time do Aguirre almeja no campeonato brasileiro de 2021: uma vaga à Copa Sul Americana. Apenas e tão somente. Para quem achou que o treinador uruguaio vinha aqui para fechar portal e isso e aquilo, o cair na real está sendo justamente para baixo. Literalmente. Aquela campanha esperançosa de 2015 foi muito mais exceção do que regra.
Veja-se que não tenho nada contra a pessoa de Diego Aguirre; pelo contrário. Parece-me um grande sujeito, tem uma história com a camisa Colorada e penso que queira ganhar (enfim) na sua carreira. Podendo assim fazer, ainda, pelo Internacional, seria um grande triunfo à sua carreira. Mas a verdade é que, a rigor, a sua estada na condição de treinador não acontece e, depois de 2015, seus trabalhos estão sendo medianos, tal qual hoje apresenta no Beira Rio.
Ora, vamos combinar, a campanha no Aguirre a frente do time nestes quase três meses, beira à contagem regressiva para mais uma despedida sua. Não vejo no charrua condições de seguir em 2022. Treinando uma semana inteira o repertório do time ainda deixa muito a desejar. Os dois volantes de contenção se ainda fossem para justificar laterais agudos, até vai, mas seguimos inexplicavelmente com Moisés de titular pela esquerda, apanhando da bola, da própria sombra e até de adversário anão; e na direita, sobrou para Heitor, que se não é uma desgraça por completo, já que até tem certo talento no cruzamento, está longe de ser solução para um time do tamanho do Inter. Mas nem tudo está perdido: a suspensão do Dourado para a próxima partida pode acabar ajeitando o time. Sobre Patrick, deu né, eu já falei tudo que devia ser dito. Eu e quase todo mundo.
Quero estar enganado, obviamente, em tudo que disse até aqui. E que acabe caindo na real com algo a mais no brasileirão. Mas, não é mole não. Quem sabe um segundo turno impecável? Olha, nem o meu ‘eu’ mais otimista acha que consegue sonhar com isso.
Por falar em cair na real, com todo o respeito que os nobres leitores desse BV mereçam, vamos também cair na real e admitir que a nova terceira camisa, esta de cor de vinho (nome oficial é merlot, segundo divulgado), até que ficou bem bonita. Sei que gosto é gosto, mas também entendo a ideia dos apostadores no marketing desportivo, que a os uniformes dos clubes podem ter espaço para algo que fuja da normalidade. Em sendo a terceira camisa, não vejo problemas em produtos um tanto quanto “mais despojados”.
Vamos abrir um pouco a mente, Colorados e Coloradas. Entender que os tempos são outros é também cair na real.