A taça e a gana
Depois de uma inesperada ou não planejada folga de três semanas devido a eliminação precoce no Gauchão, tempo suficiente para recuperar os lesionados e intensificar treinos táticos e modelo de jogo, a equipe colorada volta a jogos oficiais pela Copa do Brasil, contra o Vitória.
Se o adversário não é nenhuma equipe de ponta, estando inclusive em crise pela derrota na final do estadual pro Bahia, de nosso antigo treinador, historicamente tem encardido jogos contra nós, e nosso clube adora oscilar nestes jogos… a nossa famosa pecha de “ressuscita-morto”…
Desmerecer esta ou aquela competição parece algo impregnado recentemente no clube, e até numa parte da torcida, que parecem acometidos de soberba.
Foi com esta mentalidade que o clube começou a desmerecer 1ª Liga, Gauchão, até mesmo a semi-final da Copa do Brasil contra o Galo ano retrasado não foi o suficiente para aquecer os corações dos gestores de vestiário colorado.
E assim começou a nossa jornada de seca de títulos, primeiramente de maior gabarito, até chegar a seca completa, pois este ano há poucas perspectivas concretas de caneco, sendo a Recopa Gaúcha, ano passado, taça que muitos nem recordam, o ultimo êxito colorado.
E ai que se percebe que algo está errado… Uma vez que o DNA é impregnado em se conformar com fracassos e repasses de responsabilidade, coincidentemente o clube começa a definhar gradualmente, dando fortes indícios de querer sucumbir ao retorno de décadas onde foi coadjuvante e as ambições era apenas de figuração.
É esta mesma mentalidade que desmereceu a conquista da Série B, achou graça em dizer que taça de segundona era coisa do coirmão, e que agora se vê obrigado a enfrentar quatro fases da CdB que poderiam ser evitadas… (para quem não tem ciência, o campeão da série B, o América-Mg entra na competição na próxima fase, junto com os times da libertadores e das copas regionais).
É a hora de aglutinar as vertentes políticas do clube e voltar àquela sede de conquistas que nos trouxe as nossas maiores glórias; se o jejum no Campeonato Brasileiro está próximo de 4 decadas, a míngua de conquistas nacionais é igualmente significativa, datada da longínqua conquista de 92, distantes 16 anos.
A CdB além de dar uma vaga para a Libertadores hoje tem a maior premiação do continente, com 50 milhões para o vencedor; se não faltam motivos, independente disso é dever do clube resgatar o espírito competitivo que parece cada vez mas distante do Beira-Rio, e que uma vez instaurados por tempo suficiente, tornam-se hábitos.
Cabe ao clube sair deste ciclo vicioso, afinal, o que vale, é taça no armário, e para isso tem que realmente querer entrar em toda competição com vontade de vencer.
Trata-se de um processo de autoestima tão fundamental para voltar a ser vencedor; se nem mesmo o clube acredita, o fracasso é garantido.
Pode começar hoje, basta querer.