SORRISOS
Não raro, tal qual ontem, compromissos profissionais me impediram de acompanhar o time em campo, ainda que pela televisão. Aliás, os jovens aqui são privilegiados já que havia um tempo em que TV a cabo era um privilégio de poucos e com pacote de futebol só os mais abastados. Eu, todavia, ainda sou do tempo de antes, em que nem mesmo pay per view havia e, com sorte, a velha Difusora por vezes liberava o sinal de algum jogo do Colorado pro Rio Grande. A empresa líder, que chamam, essa nunca gostou da gente e segue desgostando. Logo, se eles estão para um lado eu sempre vou para o outro.
Me restou o velho rádio (que de bom faz tempo que não é mais) o que para um coração cansado como o meu não mais é recomendado, eis que os seus atores derrubaram a mística da competência de outrora e hoje tem pouco ou nada a oferecer. Contar dum jogo de futebol como realmente está acontecendo ninguém faz mais: é um olho no peixe (jogo) e outro no gato (celular). Pensam que enxergam tudo e não tem visão de nada.
O primeiro tempo, ao que consta, não foi um primor de técnica do Internacional. Um futebol “pro gasto” dum time que, de regra, é na primeira etapa que faz o correrio e toca um calor no adversário. E talvez o calor, não do time, mas o da cidade de Cuiabá explicam um Inter inicialmente morno: ou era isso ou faltaria perna para a última etapa da partida. Algo me diz, portanto, que foi estratégia a forma como (não) desempenhamos futebol no primeiro tempo em detrimento do segundo, onde aí não foi um simples futebol pragmático, mas de resultado.
O que, sem querer impor confusão a mente dos nobres amigos aqui do BV, transformou o triunfo numa vitória pragmática. Ora, precisávamos ganhar e o fizemos com as armas que conhecemos e tínhamos à disposição. Aliás, também uma vitória pragmática conquistamos no jogo anterior. Vencer, afinal, era somente o que importava.
E neste contexto, vejam que o engraçado do futebol é que até ontem muitos pensavam (sem muita razão, a meu ver) em descenso e hoje já estamos aqui fazendo contas sobre a possibilidade de pegar uma oitava colocação no campeonato nacional, fugindo no ano vindouro das etapas iniciais da Copa do Brasil que quase sempre nos colocam diante de fiascos. Pular esta etapa é importante, inteligente e pragmático.
E não há nada mais pragmático no futebol do que vencer. Se possível jogando bem, mas, antes de qualquer coisa, buscar vencer sempre. Vitórias! Pragmáticas ou não, porém, vitórias.
Vencer é a certeza do sorriso espontâneo no rosto.
CURTAS
– Chacho Coudet pode ter alguns defeitos e sim, obviamente os tem. Mas sua maior qualidade supera qualquer ranço negativo: quer vencer sempre;
– Não vejo como diferente: um Inter com alguma perspectiva em 2024 começa com Eduardo Germán Coudet de técnico;
– Igor Gomes ainda não é o zagueiro dos meus sonhos, mas ainda pode vingar na posição;
– Do vt que vi gostei do Campanharo. Talvez nem ele e nem o PH possam ser rotulados ainda de galinha morta;
– Aos que um dia falaram de Wanderson certamente estão com a língua lanhada: que assistência espetacular para o golaço do nosso Enner Valencia;
– Sim, é nosso. E esperem os adversários para chorar na cama quente no ano que vem;
– Falando em assistência, a do Maurício não ficou muito para trás. Mas o passe do Renê pra ele foi daqueles que, por si só, já valem o ingresso;
– O que falta ao time é a corda esticada. Quando nosso boleiros jogam por prato de comida a vitória sempre está mais próxima. Internacional não é time de enfeite;
– Coudet disse após o jogo que nunca se preocupou com rebaixamento, e explicou suas razões. Se o chefe falou, está falado!
PERGUNTINHA
Mais duas vitórias ainda é possível, Internacional?
As vitórias do Colorado nos colocam sorrisos no rosto sempre.
PACHECO