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Busquei meu neto na escola, ao cair da noite passada, e no caminho da casa dos seus pais me deparei com uma cena peculiar de vários veículos fazendo fila em motéis. Isso não era muito mais que 19h. Provavelmente na hora mais escura da noite, com a situação bem mais periclitante, quem estava na fila ainda não via a hora de entrar, em detrimento da “pressão” dos que já estavam lá dentro para não tardar muito a sair.

Em suma, a circunstância é embaraçosa em todos os sentidos, o que muito me admira quem se sujeita tão somente por uma data meramente comercial, “criada” por um publicitário espirituoso.

Mas daí a memória me trouxe à tona um breve tempo de minha vida em que fiz algumas viagens à Santa Catarina com minha Senhora, para o fim de buscar roupas na região do Vale do Itajaí, e posterior revenda. Na época, de fato, a coisa era bastante vantajosa. Tanto que eu alugava sempre uma Fiat Elba para ter mais espaço de carga.

Na terceira “indiada” já estávamos conscientes do que fazer e não fazer em matéria de otimização do tempo e também da economia de recursos para ampliar os lucros. Uma pernoite era necessária e não havia nada mais em conta no curso daquela movimentada BR 101 de pista simples, do que algum Motel fuleiro de beira de estrada. E eram muitos naquele tempo.

Só que já faz tempo que eu tenho cara de setentão. Aliás, acho que já nasci velho. Minha Senhora naquelas viagens andava simplória e confortável; sequer fazia uso de maquiagem. Moídos de uma viagem de ida e metade da de volta, chegamos na boca do brete do Motel parecendo dois indigentes em fuga, de modo que a cara da moça que nos atendeu naquele começo de madrugada era incrédula: ora, nada demonstrava que era de um quarto motel que precisávamos, talvez mesmo dum leito de hospital. Tanto que tentou quase que de forma desesperada nos dissuadir daquela centelha farrana.

Entramos e exaustos sequer nos apegamos a detalhes românticos e espirituosos do quarto, buscando no chuveiro o propósito aquele… (tirar a nhaca) e depois uma cama para dormir e… (nada mais), mesmo porque não tinha como. Confesso que temi cair da cama redonda enquanto dormia, mas o cansaço era tanto que sequer me mexi ao longo do resto da noite.

Por mais incrível que pareça, um quarto de motel pode servir para um propósito bem mais simples daquilo que fora projetado.

Tal qual nossa imprensa atual, que poderia voltar lá para seus idos da boa prática da profissão de jornalista, quando se contentava em trazer a informação, resguardando do melhor interesse para com a verdade. Não tem sido assim, todavia, quando os assuntos dizem respeito ao Sport Club Internacional. Me parece claro que o pudor para que tem de buscar sempre agenda positiva do lado de lá, inexiste quando os temas dizem respeito ao Colorado.

Pode até parecer presunção minha (quiçá ingenuidade), mas foi só retomarmos a senda de vitórias e glórias que passaram a arrumar todo tipo de problemas para o nosso lado. Agravado nos últimos anos quando o vencedor das eleições à direção do Clube deixou de ser um amigo ou alguém da patota de sempre. E ainda “mais pior” quando alguns se revelaram torcedores e passaram a defender pautas pessoais usando do Inter como pano de fundo.

Em verdade é que cabe a nós torcedores não fazermos como aquela atendente de motel, que sequer me queria deixar entrar no estabelecimento pensando que eu nada podia fazer naquele lugar. Quem dera fosse a vida uma simples conta de adição com resultado previsível. Um time de futebol não se reveste de lógica e o Internacional, principalmente, muito menos.

Com o Colorado precisando cada vez mais do seu povo, não se pode mais acreditar na verdade que nos apresentam. É preciso ver para crer.

Num quarto de motel ou no Internacional podem acontecer diversas coisas. É ver para crer!

 

CURTAS          

– Eduardo Coudet não foi de ônibus para Criciúma com a delegação e está tudo bem. A verdadeira preocupação nossa deveria ser apenas como vai montar o time para ganhar;

– Três centroavantes de envergadura na nominata do plantel e hoje sem nenhum deles à disposição. É difícil até mesmo pensar e ter uma opinião sobre isso;

– Mas o Alario se machucar em comemoração de gol é o fim da picada;

– Boa oportunidade, conquanto, de alguns jogadores que há meses devem bom futebol, acharem a bola que perderam por aí: Alan Patrick e Wanderson, por exemplo;

– Não faltou barrigada e má fé nesta semana, usando da boa índole (sim!) do Sport Club Internacional. O que faltou foi uma necessária manifestação dos comandantes em defesa do Clube e do treinador;

– Sim, eu falei treinador. Estamos do mesmo lado neste momento que é o lado do Inter. Não interessa o gosto pessoal de cada um de nós, temos de nos defender ou ninguém o fará;

– Saudades do mar vermelho do Beira Rio!

 

PERGUNTINHA

Que tal brigarmos por nós mesmos e todos juntos, Povo Colorado?

 

Só nos interessa a vitória hoje no sul catarinense. Ainda mais contra tal adversário.

PACHECO

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