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Nas minhas tantas andanças por aí, pela repartição, em alguns lugares acabei fincando raízes, noutras cruzei de passagem e tiveram alguns “fim de mundo” que, vez ou outra, passava algum tempo a mais do que o normal e do que gostaria. De regra era bate/volta: chegava, fazia o que tinha que fazer, chamava um pouco de atenção e logo ia embora. Na maioria das vezes para nunca mais voltar. A exceção era quando o serviço se alongava e tinha que me hospedar em algum hotel, quase nunca o mais pomposo dos estabelecimentos do gênero.

Numa cidadezinha nas proximidades do Planalto Médio passei um período visitando-a com regularidade de uma vez por mês; e tendo que ficar por lá uma noite, quase sempre duas e para meu desalento três ou até quatro. Esse número 4 parecia me perseguir. Defini o hotel menos pior da cidade (que tinha dois) e para a graça da minha simpatia de sempre (ao menos externamente), fiz amizade com o proprietário e ficava sempre hospedado no quarto de número 4, a saber o mais decente: televisão, banheiro privativo e uma cama para o mínimo do razoável. Duas estrelas pra maioria das pessoas, mas umas 5 estrelas pra mim, eis que acostumado com noites mal dormidas em muitos pulgueiros por aí.

O número 4 desta vez construiu uma relação com o Internacional. Saímos para dois jogos fora de casa e voltamos com 4 pontos, o que a rigor seria um baita resultado. A maioria dos torcedores pareceu satisfeita e todos possivelmente estariam assim se não tivessem levemente emocionados com a mirabolante possibilidade de título ou não fosse o começo tão ruim no campeonato nacional.

Todavia, o número 4 vai um pouco além dos pontos que conquistamos nas duas últimas partidas. O número 4 é, a rigor, a nossa meta para o restante deste ano que já vislumbra seu fim. Nosso campeonato até dias atrás era para permanecer na elite, que pelas minhas contas careciam de um total de 46 pontos. Exatamente, ainda, um número 4.

Na bola só um time merecia a vitória e este foi o Internacional. Perdemos uma incontável soma de chances, tomamos um “quem não faz, leva”, nos recuperamos e quase viramos novamente.  E com o resultado final creio que “desperdiçamos” uma aventurosa esperança de título, ora morta e enterrada. E também está aí um dos motivos pelo qual há tempo batemos na trave: os pontos bobos que deixamos pelo percurso.

Depois de tanta ilusão nas últimas temporadas, ao menos parece que não se criará mais uma desta vez. E talvez seja esse mesmo, de fato, o necessário caminho. Precisamos buscar o rumo certo para a volta dos títulos, todavia não será numa nova loteria de fé que haveremos de suplantar aquele resquício de azar que sempre aparece nos momentos finais e cruciais.

Não basta parecer termos um time pronto para ser campeão. É preciso entrar em campo e vencer verdadeiramente.

O resultado de ontem, por mais amargo que possa parecer (e foi mesmo), deve servir de lição para, neste momento, contentarmo-nos precisamente na esperança do futebol bem jogado, do azeitamento do grupo enquanto time, da recuperação do espírito vencedor e na construção efetiva de uma nova temporada (próxima) que tenha começo, meio e fim com o mesmo trabalho. E que seja um trabalho de resultado. Que faça o Inter voltar a ser respeitado como Internacional.

Para que consigamos tão logo, enfim, fazer com que o número 4 represente nosso tão almejado quórum de títulos do campeonato brasileiro.

Melhor que sonhar é viver. Sempre.

 

CURTAS         

– Professor Roger, ontem, fez algumas escolhas a serem debatidas. Contudo, inegável que de todos os treinadores que passaram aqui nesta gestão é o que faz a melhor leitura do que o campo está dizendo;

– Não há dúvida que deixamos dois pontos em Bragança;

– A lesão de Mercado é péssima em todos os sentidos. E a lesão de Rogel ainda nos traz a perda quantitativa;

– Igor Gomes não é mau zagueiro, mas é pesadão e o tempo que ficou sem jogar ontem cobrou seu preço;

– Segundo jogo do Gustavo Prado jogando pela ponta direita e de novo gostei do que vi. Pena não ter feito aquele gol no final;

– Se implantaram o VAR para dar impedimento por meio pé, prefiro que o futebol volte às escuras, como antigamente;

– Valencia desencantou. Que aproveite a virada de chave para cumprir as regras necessárias para pedir música no Fantástico, domingo agora. Já adianto que danço uma cumbia como ninguém;

– Antes que me critiquem pelo pessimismo do texto acima, isso não há. O que tem mesmo é a realidade que precisamos sair do ciclo vicioso das últimas temporadas, sonhando apenas e tão somente. Para além de sonhar é viver tudo o que queremos bem acordados.

 

PERGUNTINHA

Temos, enfim, um novo Internacional em campo?

 

Domingo é dia de lotar o Gigante e vencer Povo Colorado! Vamo, vamo Interrr!!!

PACHECO

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